terça-feira, 29 de junho de 2010

COMO SOLUCIONAR O PROBLEMA DO BULLYING?

De modo geral, bullying é o comportamento agressivo de um ou mais estudantes contra outro(s). O termo se origina de bully, que significa “valentão” em inglês. Esse tipo de violência ocorre principalmente nas escolas (na maioria dos casos em escolas particulares), tanto no ensino fundamental, quanto no médio, mas não tem se limitado ao âmbito escolar, também já chegou à internet, de onde derivou a expressão cyberbullying.

O bullying é um dos principais problemas enfrentados pelos jovens no século XXI, este inimigo invisível pode estar presente em todos os lugares, independentemente da nossa vontade, pois a tendência à intolerância e à violência é generalizada, podendo atingir qualquer um de nós, não escolhendo cor, religião ou classe social.

Bullying nada mais é do que o fruto de anos e anos da nossa imersão ao sentimento imperialista, potencializado pelo sistema capitalista, que é extremamente excludente, especialista na geração de desigualdades e nos instiga à intolerância e ao desrespeito àqueles que não participam da nossa realidade e do nosso contexto social. Já nas escolas este conflito aparece de forma ainda mais irracional, ou seja, a falta de afinidades com um colega de classe é um ótimo motivo para agredi-lo, humilhá-lo, ou hostilizá-lo.

Todos sabemos que além de obedecer aos critérios sociais e aos valores capitalistas, o bullying também é muito nocivo ao indivíduo, que pode apresentar sintomas como fortes transtornos psicológicos, em suma, para combatermos o bullying não basta tratar exclusivamente o indivíduo, mas desenvolver todo um projeto sócio-educativo, pautado nos valores, nos bons exemplos e na moral, além de contar com uma iniciativa das escolas em conjunto com a comunidade, incentivando à aceitação das diferenças e a cooperação com o próximo.

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O ESPORTE COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE

Em tempo de Copa do Mundo é natural que todos demonstrem mais interesse e tomem mais iniciativas para a prática do futebol, ou até mesmo de outras modalidades esportivas. Porém algo que deve ser sempre discutido é a importância do esporte como um agente social capaz de mudar a vida das pessoas.

Todos sabemos que o esporte trás vários benefícios ao nosso corpo e à nossa saúde, mas, além disso, exerce o importante papel de promotor de cidadania.

O papel social do esporte é indiscutível, pois nos ensina a respeitar as regras do jogo, respeitar os limites e sempre agir em cooperação ao próximo.

Sabemos que uma combinação ainda mais eficiente é “esporte mais escola”, numa proposta de ensino integrada esta combinação propiciará um melhor aprendizado, mais proveitoso e prazeroso aos jovens, que ao ocuparem seu tempo ocioso estarão longe das drogas e demais situações de risco.

Diversos projetos como este já estão disponíveis em escolas da rede pública de ensino, mas pecam no sentido de não oferecerem um contínuo acompanhamento social dos jovens; não basta ter infra-estrutura moderna e tecnologias de última geração, sendo que a questão humana e dos valores não são trabalhadas de acordo.

Portanto o esporte é, com certeza, um eficiente agente transformador na vida das pessoas, desde que esteja atrelado à democratização da educação, exercendo um papel preventivo, estreitando as relações sociais e tirando os jovens da marginalização.

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domingo, 27 de junho de 2010

GEOPOLÍTICA APLICADA – GUERRA FRIA (do atual conflito “Norte X Sul” até os fatores locacionais)


A queda do muro de Berlim em 1989 foi um marco na história mundial, um período de intensas transformações tanto geopolíticas quanto econômicas à nível internacional.

A queda do muro, além de tudo, simbolizou a unificação das Alemanhas Oriental e Ocidental, algo inimaginável naquela época, enfim o atraso tecnológico, as técnicas de produção obsoletas e sobretudo o espectro do comunismo estavam com os dias contados na Eurásia.

Em substituição ao conflito “Leste X Oeste”, típico da Guerra Fria, surge o atual conflito “Norte X Sul”, que gira em torno do caráter unipolar (representado quase que exclusivamente pelos EUA), ou multipolar (incluindo também países desenvolvidos como a própria Alemanha, a Inglaterra, Japão e emergentes, tendo como exemplo a China).

A divisão geopolítica “Norte X Sul” não se dá somente no âmbito geopolítico, como vimos anteriormente, mas também no cenário sócio-econômico, o que significa que o Norte não necessariamente estará acima da linha do Equador e o Sul respectivamente abaixo, pois muitos países mesmo estando localizados geograficamente ao Sul, por exemplo, podem pertencer ao Norte economicamente falando, como é o caso da Austrália.

Damos ao atual conflito “Norte X Sul” o nome de multilateralismo com até mesmo um crescente regionalismo econômico; tanto um quanto o outro, são resultados das influências capitalistas no mundo globalizado, pois a cada dia o comércio internacional é intensificado graças à formação de mercados comuns (União Européia), zonas de livre comércio (Nafta), ou Uniões Aduaneiras (Mercosul).

O regionalismo econômico, como próprio nome já diz, compreende países próximos que estabelecem um acordo comercial, podendo apresentar maior ou menor nível de integração, um exemplo de grande integração é a União Européia, que estabeleceu não só uma legislação em comum, mas também políticas comerciais e uma moeda unificada, o Euro.

Os chamados blocos econômicos são de grande importância no cenário sócio-econômico atual, sendo extremamente funcionais desde que não haja preconceitos contra os países subdesenvolvido ou emergentes e até mesmo uma possível exploração por parte dos países mais ricos, fato constatado no Nafta (Tratado Norte-americano de Livre Comércio), onde o Canadá e especialmente os EUA acabavam por explorar seus vizinhos mexicanos que de acordo com a DIT (Divisão Internacional do Trabalho) são exportadores de matéria-prima e conseqüentemente têm que importar produtos industrializados com alto valor agregado dos países mais desenvolvidos. O ideal e mais justo seria que tais blocos garantissem que países subdesenvolvidos pudessem emergir de forma equilibrada sem gerar interdependência nem mesmo uma disputa desleal entre as nações, onde cada país pudesse se desenvolver em todos os sentido, especialmente social e culturalmente.

A União Européia é sem dúvida um exemplo de grande integração econômica e comercial, porém devemos considerar o ocorrido com a Grécia, que acabou por não conseguir acompanhar o intenso ritmo da UE e passa por crises social e econômica atualmente.

Outro bloco econômico que merece nossa atenção é a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que desde o início caracterizou um possível “acordo” entre o tubarão (EUA) e as sardinhas (demais países subdesenvolvidos da América Latina). O que significa que esta seria uma excelente oportunidade para os Estados Unidos inserirem ainda mais os seus produtos no mercado latino, além de obter significativas vantagens na importação de matérias-primas, devida a isenção/redução de impostos.

Existem alguns fatores que possibilitam ainda mais a formação, integração e a consolidação dos blocos econômicos, estes são os fatores locacionais, muito importantes para que indústrias, tanto nacionais, mas especialmente as multinacionais possam territorializar-se; estas na maioria das vezes estão em busca de infraestrutura não-saturada, mão-de-obra barata, mercado consumidor em ascensão, captação de matéria-prima, subsídios dos governos locais, proximidade à portos, rodovias, ferrovias, ou aeroportos, geralmente alguns países subdesenvolvidos e até mesmo emergentes reúnem boa parte destes fatores, um exemplo claro disso é o Brasil, com abundância em matérias-primas, mão-de-obra, tanto especializada, quanto não-especializada, além de uma grande malha rodoviária, portos e aeroportos modernos.

Já para algumas empresas como a Nike, por exemplo, dentre todos os fatores locacionais anteriormente citados, o mais interessante seria a mão-de-obra barata e não-especializada, encontrada em muitos países africanos, Taiwan, Camboja e até mesmo na China.

Podemos concluir dizendo que em várias situações os fatores locacionais são direcionados e coordenados pela DIT, que implica na antiga relação mercantilista, onde os atuais países subdesenvolvidos encaixam-se na categoria de meros fornecedores de matéria-prima e mão-de-obra pouco especializada, já os países ricos são assim classificados por possuírem tecnologia de ponta necessária para transformar simples placas de metal (matéria-prima) em modernos chips de computador, por exemplo, (bens de consumo com alto valor agregado); grosseiramente esta é a relação que torna os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e eternos devedores do sistema capitalista.

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TELEVISÃO - Titãs

A Televisão

Me deixou burro
Muito burro demais
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado
Pelo resto da vida
E agora toda noite
Quando deito
É boa noite, querida
Oh! Cride, fala prá mãe.

Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura
Vê se me entende
Pelo menas uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe.

A mãe diz prá eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais
Oh! Cride, fala prá mãe.

Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe.

A mãe diz prá eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais
E eu digo: Oh! Cride, fala prá mãe.

Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe.

Titãs - Álbum Televisão (1985).


Na verdade os meios de comunicação deveriam ser denominados meios de alienação, uma vez que estes nos submetem à padrões pré-estabelecidos e nos condicionam à agir conforme os interesses de uma minoria, que garantida pelo poder do dinheiro, torna-se a grande maioria, capaz de ditar tendências e influenciar o comportamento de milhões de pessoas.

Os meios de comunicação nos transforma a cada dia em pessoas mais individualistas, nos desumaniza à nível de sermos um simples produto no mercado de trabalho, nós valemos apenas pela embalagem, somos rotulados a todo momento, nosso conteúdo na verdade é o que menos importa na sociedade das aparências.

Em nossa atual conjuntura social, os meios de comunicação estão presentes como fortes ditadores de modas e tendências, instigando os jovens à viverem o presente com toda a intensidade, esquecendo-se do passado e tampouco lembrando-se de construir um futuro melhor, mais justo e igualitário.

Os meios de alienação são os principais geradores dos antagonismos sociais, pousados sobre a hegemonia do capitalismo, nos tornam cada vez mais burros, dizem que nos facilita a vida e agiliza nossas tarefas do dia-a-dia, na real estão nos transformando em escravos da tecnologia e subproduto do capitalismo.

A todo o momento somos bombardeados pela alta tecnologia e pela evolução digital, por isso agora encontro-me pensativo e tampouco saberei responder se tudo isso que pensamos vivemos e presenciamos no novo milênio é real ou digital. Será isso uma revolução, uma evolução ou uma “involução”?

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br