terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (EZLN)

Emiliano Zapata Salazar: líder do movimento social no México.


OBJETIVO: Defender o uso coletivo da terra, a reforma agrária, os direitos do índio e os ideais nacionalistas (anti-imperialista, anti-EUA), lutando contra a ditadura do PRI (Partido da Revolução Institucional), contra a miséria e o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), que piorou ainda mais a pobreza no país, porque enquanto os mexicanos exportam produtos agrícolas para os EUA e o Canadá, no caso o milho, que possui um baixo valor agregado, eles importam tecnologia estadunidense, que tem um altíssimo valor agregado, contribuindo assim para o avanço da pobreza no México.

HISTÓRICO: O Exercito Zapatista tem suas raízes na Revolução Mexicana, ocorrida no ano de 1910 quando houve a derrubada do regime ditatorial de Porfirio Díaz, com a contribuição de Emiliano Zapata, mas o EZLN surgiu em 1994, ao longo da década de 1990 os Zapatistas atuaram embasados na “democracia direta”, que conta com a grande simpatia da população, que se manifesta nos discursos e campanhas organizadas pelos guerrilheiros, assim havendo uma participação popular ativa nas decisões tomadas como veremos a seguir.
Um fato recente, em julho de 2005 os Zapatistas apresentaram a Sexta Declaração da Selva de Lancardona. Nesta nova declaração, o EZLN chamou toda a população para uma campanha nacional em oposição à campanha presidencial de 2005. Na preparação da campanha foram convidados mais de 600 organizações de esquerda, grupos indígenas e organizações não governamentais para viajar pelos 32 Estados mexicanos a fim de discutirem suas reivindicações, que foram mencionadas no tópico anterior.

TIPO DE CONFLITO: Os Zapatistas priorizam a pacificação, não é de primeira instância que este grupo guerrilheiro parte para o conflito armado, podemos fazer uma relação ao MST (Movimento sem Terra) aqui no Brasil, os sem terras não são violentos, por motivos fúteis, é uma questão de sobrevivência, eles apenas tomam decisões ousadas para assegurar um direito que lhes é garantido pela constituição, a reforma agrária, assim acontece com o EZLN, não é por qualquer motivo que os guerrilheiros pegam em armas e passam para um conflito violento. Uma das ocorrências mais conhecidas foi a Guerra civil, em 1914, quando formou-se o Exército Constitucionalista, que derrubou o governo de Victoriano Huerta, que partiu para o exílio e Venustiano Carranza assumiu o governo do país, por sua vez Carranza aprovou a lei da reforma agrária e os Zapatistas foram contemplados com a nova legislação.

CAUSAS DO CONFLTO: Os conflitos são originados quando há algum tipo de opressão ou desrespeito, aos povos indígenas, pequenos agricultores, camponeses e etc, se houver acordo pacífico não será necessário um conflito armado.

OPINIÃO PÚBLICA: Os Zapatistas valorizam o coletivo e recusam às práticas hierarquizantes e autoritárias. A forma de organização comunal está presente até mesmo nas práticas políticas dos camponeses indígenas. O EZLN é comandado por um Comitê Revolucionário Indígena e as decisões são tomadas coletivamente em assembléias, o poder não é delegado a um líder hierárquico, porque este por sua vez não existe.
O EZLN tenta construir uma cultura política constituída por valores democráticos voltados para a prática política participativa de toda a sociedade, para a democracia de base, para a autogestão e não para a centralização ou para a hierarquização das organizações políticas. Por isso o Exército Zapatista de Libertação Nacional vem ganhando grande simpatia da população.

NOSSA OPINIÃO: Podemos considerar que os Zapatistas lutam por uma causa nobre e louvável, a concentração de terras nas mãos de poucas pessoas é uma situação que merece uma discussão mais ampla, onde a população deve por direito participar, para poder exigir abertamente o seu direito custodiado pela constituição e também o seu direito como cidadãos e cidadãs, o direito da reforma agrária. A monopolização de terras não é um problema exclusivamente brasileiro como podemos conferir, existe em quase toda a América Latina. Este foi um dos motivos que levaram a população do México a um conflito de maiores proporções, no passado, como a Revolução Mexicana (1910 – 1920). Talvez este deva ser um ponto para nós brasileiros observarmos, e refletirmos como faremos para resolver este conflito territorial que acontece no nosso país, em proporções menores, mas acontece. Se o povo brasileiro e o MST se manifestassem de forma mais impositiva como os mexicanos fizeram, não haveria, hoje, a necessidade, de um constrangimento maior daquele que não tem um chão debaixo de seus pés, tudo depende de nós, “a união faz a força”, o poder está com o povo! Porque o Brasil com toda esta magnificência em terras, recursos naturais e uma população rica, não poderia resolver um simples problema como a reforma agrária ou a demarcação das terras aos indígenas? Porque?


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/EZLN, http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_zapatista, http://www.ficharionline.com/ExibeConteudo.php5?idconteudo=5689, http://www.brasildefato.com.br/v01/impresso/anteriores/jornal.2007-09-26.5007144766/editoria.2007-10-09.0977120079/materia.2007-10-10.7013127602/, http://www2.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/primeirogepal/pdfs_tc/wilsonsilvasilvestreneto.pdf


CARDOSO, Oldimar. Tudo é história – 8º ano do ensino fundamental. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2006. pág. 240 – 249.

MOREIRA, João Carlos & SENE, Eustáquio de. Trilhas da Geografia – 8º ano do ensino fundamental. Ed. Reformulada. São Paulo: Scipione, 2006. pág. 174.


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  • O que é a ALCA? É a Área de Livre Comércio das Américas, um acordo proposto pelos Estados Unidos da América, onde se criaria uma zona sem barreiras alfandegárias disseminando assim a entrada de produtos norte-americanos nas Américas Central e Sul.
    Participariam desse acordo 34 nações americanas, com exceção de Cuba em razão das divergências ideológicas com os Estados Unidos. Enquanto Cuba prega o socialismo e a soberania, os EUA praticam o capitalismo.


  • Criação: A primeira reunião entre a Cúpula Americana para discutir esse acordo ocorreu em 1994, momento em que foi exposto o desejo norte-americano de unir as Américas, utilizando como principal argumento a luta pela hegemonia do continente.

  • Antecedentes: O capitalismo na década de 1990 encontrava-se em um momento muito importante, pois diversos continentes davam início à corrida pela criação de blocos econômicos, todos com intuito de fortalecerem suas economias. Diante dessa nova realidade o então presidente norte-americano, George Bush, anunciou suas novas regras estratégicas com a criação de uma zona de livre comércio, porém, esse acordo foi parcialmente esquecido, sendo retomado só em 1994, pelo sucessor de Bush, Bill Clinton. Finalidade: A princípio, a ALCA iria acabar gradativamente com as barreiras comerciais e de investimentos, com isso aproximadamente 85% dos produtos e serviços transacionados na região ficariam isentos de impostos. E cada país ou bloco poderia estabelecer sua própria alíquota de importação para países não pertencentes ao grupo.

  • Valor do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao número populacional: O Produto Interno Bruto dos 34 países é de aproximadamente 13 trilhões de dólares, superando em 2 trilhões o PIB da União Européia (UE). Porém a população da ALCA é cerca de 850 milhões de habitantes, já a da União Européia é apenas de 374 milhões. Isso faria com que a hegemonia da União Européia decrescesse, mas mesmo assim, o bloco americano continuaria com sérias dificuldades em relação à distribuição de renda.


  • O que significa o acordo para seus defensores? A ALCA daria origem a um paraíso de consumo, eliminando qualquer restrição à circulação de mercadorias, serviços e capitais.


  • O que representa esse acordo para a maioria da população? Segundo o embaixador Samuel Pinheiro, “O livre comércio daria condição ao cidadão para comprar importados mais baratos e de melhor qualidade. Mas o consumidor, na condição de trabalhador, poderia perder o seu emprego. Os importados mais baratos acarretariam dificuldades para as fábricas ou empresas [nacionais], fato que poderia gerar desemprego”.
    Osvaldo Martínez (diretor do Centro de Investigações da Economia Mundial e Prêmio Nacional de Economia em Cuba) diz que: “A ALCA seria um projeto norte-americano para criar um acordo de livre comércio entre a economia dos Estados Unidos, a mais rica e poderosa do planeta, e as economias latino-americanas e caribenhas, subdesenvolvidas, endividadas, dispersas e cujo Produto Interno Bruto, somado, é quase dez vezes inferior ao dos EUA. Podendo concluir que não é nem mais nem menos, do que um projeto de integração entre o tubarão e as sardinhas”.


  • Aceitação da ALCA: Foram realizadas inúmeras manifestações contra a ALCA, pois os argumentos utilizados pelos norte-americanos não convenceram a população latina de que o acordo seria algo vantajoso para eles. Por fim, em 2005 foi oficialmente abandonado o acordo da ALCA, com a saída da Venezuela e do Brasil.
Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/alca.htm


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SÉRGIO MACACO: O HOMEM QUE FEZ A DIFERENÇA

Militar Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, mais conhecido por "Sérgio Macaco".

Dia 12 de junho de 1968, o capitão aviador Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, servindo no PARASAR, foi convocado a uma reunião, foi recebido no gabinete do ministro da Aeronáutica pelos brigadeiros Hipólito da Costa e João Paulo Burnier, que viria a se tornar conhecido como torturador e assassino.

Sérgio era admirado por indianistas como os irmãos Vilas-Boas e o médico Noel Nutels. Foi amigo de caciques como Raoni, Kremure, Megaron, Krumari e Kretire. Os índios o chamavam "Nambiguá caraíba" (homem branco amigo). Aos 37 anos, Sérgio Macaco (como era conhecido na Aeronáutica) já tinha seis mil horas de vôo e 900 saltos em missões humanitárias, de resgate e socorro em geral. Todavia, o tipo de tarefa que lhe seria proposta ali pelos oficiais não era nem um pouco digna ou solidária.

- O senhor tem quatro medalhas por bravura, não tem? – indagou Burnier.

Sérgio respondeu afirmativamente. Então o brigadeiro continuou:
- Pois a quinta, quem vai colocar no seu peito sou eu. - Fez uma pausa.

- Capitão, se o gasômetro da avenida Brasil explodir às seis horas da tarde, quantas pessoas morrem?

Achando que a pergunta se referia apenas à remota hipótese de um acidente na cidade do Rio de Janeiro, Sergio respondeu:

- Nessa hora de movimento, umas 100 mil pessoas.

Foi nesse momento que os dois brigadeiros começaram a explicar um terrível plano terrorista das Forças Armadas e qual deveria ser a participação de Sérgio. Os dois propuseram que ele, acompanhado por outros membros do PARASAR, colocasse bombas na porta da Sears, do Citibank, da embaixada americana, causando algumas mortes. Em seguida, viria a grande carnificina: queriam que dinamitasse a Represa de Ribeirão das Lajes e, simultaneamente, explodisse o gasômetro. As cargas, de efeito retardado, seriam colocadas pelo capitão Sérgio, que depois ficaria aguardando, no Campo dos Afonsos, o surgimento duma grande claridade. Aí, ele decolaria de helicóptero e aportaria no local da tragédia posando de bonzinho, prestando socorro a milhares de feridos e recolhendo mortos vítimados pela ação da própria Aeronáutica.
Colocariam a culpa nos grupos esquerdistas que lutavam contra a ditadura. Sérgio seria tido como herói por salvar as supostas vítimas dos "comunistas" e receberia sua quinta medalha, enquanto a ditadura teria um pretexto para aumentar a repressão a socialistas e democratas.
O capitão se negou a participar de uma ação tão vil. Declarou corajosamente aos bandidos fardados:

- O que torna uma missão legal e moral não é a presença de dois oficiais-generais à frente dela, o que a torna legal é a natureza da missão.

Outros em seu lugar simplesmente encolheriam os ombros e obedeceriam aos superiores, iriam se desculpar dizendo que estavam apenas "cumprindo ordens". Mas Sérgio era ético, íntegro, não tinha obediência cega a ninguém: seguia, acima de tudo, sua consciência e valores. Era um homem de verdade: denunciou o plano diabólico e evitou aquela que seria a maior tragédia da nossa história.
Foi perseguido pela ditadura, discriminado, removido para o Recife, reformado na marra aos 37 anos, cassado pelo AI-5 e pelo Ato Complementar 19, curtiu prisão... só não puderam quebrar-lhe integridade e honra, sua firmeza de ser humano. Sérgio se recusou a ser anistiado. "Anistia-se a quem cometeu alguma falta", costumava dizer. "Não posso ser anistiado pelo crime que evitei".

Em 1970, necessitando de um tratamento de coluna, aconselharam- no a não se internar em unidade militar, pois certamente seria assassinado lá dentro. Graças ao jornalista Darwin Brandão, com auxílio do médico Sérgio Carneiro, o capitão acabou sendo tratado clandestinamente no Hospital Miguel Couto.
Nos anos 90, o Supremo Tribunal Federal determinou indenização e promoção de Sérgio a brigadeiro. Tal sentença dependia, porém, da assinatura de Itamar Franco. Itamar, como se sabe, não é nenhum modelo de virtude e, não por acaso, foi vice do corrupto Fernando Collor de Mello, que foi prefeito biônico de Maceió durante a ditadura e se criou politicamente graças ao regime militar...

Por seis meses, o presidente Itamar Franco, mesmo sabendo que Sérgio estava acometido de um câncer terminal no estômago, guardou, na gaveta, a sentença do STF favorável ao capitão. Só a assinou três dias depois da morte do herói, ocorrida em 4 de fevereiro de 1994.
Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (cuja história é narrada no documentário "O Homem que disse Não" do diretor francês Olivier Horn) foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier no Caju sem honras militares. É lembrado, entretanto, por todos aqueles que valorizam vida, ética, honestidade, coragem. Sérgio provou que, ao contrário do que muitos dizem, uma pessoa pode mudar a História: cada um de nós faz diferença no mundo.



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