domingo, 20 de maio de 2012

RELACIONANDO PASSADO COM PRESENTE: FILOSOFIA ESTÉTICA

Os camponeses alimentavam-se de pão, cerveja e legumes. Às vezes, peixe e fruta podem entrar no cardápio. Com a alimentação simples como essa os camponeses e demais homens do povo mantém se muito magros. Aqueles que comem muito, que engordam, pertencem à classe dos ricos: nobres, sacerdotes, escribas, só esses têm uma barriga saliente. Ter esse tipo de barriga era considerado elegante. O camponês que observava passar um barrigudo invejava-o, pois ele certamente tem uma vida agradável e próspera.
(KOENING, Viviane. As Margens do Nilo, os egípcios.
São Paulo, August. 1990. P. 16-19)

A partir da leitura do texto, é inevitável não fazermos automaticamente uma relação com o presente. Atribuímos essa mudança radical nos padrões de beleza à globalização, que defende a teoria do belo estar diretamente ligado a magreza exacerbada. Esse aspecto está sendo muito bem trabalhado pelos meios de comunicação, que criaram um padrão de beleza usado por muitas grifes de estilistas famosos, que por sua vez, estão exercendo uma forte pressão alienadora na mente da maior parte dos jovens e adolescentes, que acabam desafiando suas características genéticas e naturais, se flagelando para conseguir se enquadrar literalmente num padrão de beleza e se transformar num produto a ser exposto numa vitrine cheia de glamour e holofotes, que têm um término pré-estabelecido, já que todo produto tem seu prazo de validade e é passível de deteriorações. Esta é a face mais perversa da globalização, que objetiva alienar a sociedade e moldar nossas mentes, e ainda não contente tenta a todo custo impor um padrão de cor de cabelo, tipo de roupa e outras exterioridades fúteis de puro adorno que tornam as pessoas próximas dos fluxos da aversão e da inveja.
Em resumo, pode-se dizer que hoje uma pessoa com barriga saliente, nada tem de formosura nem de beleza, atualmente como é facilmente constatado, o sinônimo de belo e perfeito é a emaciação a todo e qualquer custo, em razão disso, várias meninas pagam com a própria vida o preço a serem magérrimas.
Mas será que podemos definir claramente o que é a beleza? Ou será que esse é um conceito relativo, que depende necessáriamente da época, do país, do indivíduo, enfim? Segundo a filosofia, a beleza é um valor objetivo, que pertence a determinado objeto e pode ser medido; ou pode ser subjetivo e, portanto, poderá mudar de indivíduo para indivíduo, tornando-se um critério muito particular em relação do que se concebe ser belo. De acordo com Kant o conceito de belo baseia-se naquilo que “agrada universalmente”. Já Hegel introduz que a beleza é um conceito “históricamente construido”.
Quanto ao feio, o problema está contido nas colocações que são feitas sobre o belo, consequentemente o feio não pode ser objeto de representação artística, e caso seja representado, será entitulado tal como simplestemente “feio”, logo gera-se todo um estereótipo acerca dessa figura que não é necessáriamente bela, levando em conta que em nossa sociedade tem-se a beleza como uma obrigação.
Conclui-se então que, estamos perdendo as essências históricas da humanidade, e de acordo com Hegel, a nossa essência pessoal, e pior ainda estamos presos e condicionados a um sistema que compreende todos os setores dessa sociedade vendida que é incapaz de respeitar as individualidades e características próprias de cada um, passando por cima do respeito em nome de uma lei regida por clausulas escritas por um partido de alienadores que deram um Golpe de Estado e baixaram a ditadura da homogeneidade na sociedade mundial e o esteriótipo de beleza global: a beleza estadunidense..
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sábado, 19 de maio de 2012

CONTRAPONDO O AQUECIMENTO GLOBAL (2/2)

TEXTO 2: “Amazônia não será prejudicada com o aquecimento”
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AUTOR: Aziz Ab’Sáber
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..............A tese de que a floresta Amazônica e a Mata Atlântica sofrerão grandes mudanças com o aquecimento global é considerada “uma besteira” por uma das mais importantes autoridades da geografia brasileira: o professor Aziz Ab´Sáber, 83 anos.
..............Divulgado em fevereiro, o relatório das Nações Unidas sobre o aumento da temperatura mundial afirma que, entre outros desastres, a Amazônia se transformará em cerrado. Porém, segundo o geógrafo, os organizadores do relatório se esqueceram de um detalhe: as flutuações do nível do mar nos últimos milhares de anos.
..............Ab´Sáber, professor honoris causa pela Unesp – Universidade Estadual Paulista, afirmou que entre 22 mil e 11 mil anos atrás, época da última era glacial, o mar desceu algumas dezenas de metros devido a um grande congelamento de águas marinhas nos pólos norte e sul.
..............Há cerca de 12 mil anos o planeta começou uma transição para climas mais quentes, fenômeno chamado “retropicalização”. Com o tempo, segundo Ab´Sáber, o gelo concentrado nos pólos derreteu e o nível do mar subiu. “Entre 6 mil e 5 mil anos atrás, o calor ficou tal que o nível do mar esteve a 2,80, 3 metros mais alto”, afirmou o geógrafo.
..............Nessa época, a corrente marítima quente sul-brasileira, que entra pelo nordeste e desce até a Região Sul, barrou as águas frias que vêm do pólo sul. “Essa corrente quente, capaz de aumentar a evaporação das águas costeiras, empurrou massas de ar úmidas para dentro do continente.”
..............Optimum Climático – Segundo o geógrafo, esse período é tão importante que recebe um nome genérico: optimum climático. Ou seja: “Maior calor, nível do mar mais alto, mais capacidade de evaporação das águas costeiras e empurrão dessa umidade para dentro do continente”, explica.
..............Antes do optimum climático, desde Santa Catarina até São Paulo se estendiam vegetações do tipo das araucárias. Após esse fenômeno, São Paulo sofreu uma retropicalização, transformando a vegetação local em Mata Atlântica. “Isso é a maior prova que o aumento do nível do mar estendeu as florestas. Essas florestas atlânticas receberão mais calor, mas também mais umidade do mar.”
..............Ab´Sáber afirma, porém, que há grandes problemas relacionados a essa elevação de temperatura, e o que mais o preocupa é o aumento do nível do mar.
..............Litoral – O geógrafo aponta como exemplar o alerta dado no relatório das Nações Unidas sobre o perigo que as regiões litorâneas correm. Com o derretimento das geleiras, o nível do mar subirá e, com isso, “todas as regiões costeiras (como Santos, Rio e Recife) sofrerão um alagamento muito grande, e os estuários também.”
..............Segundo Ab´Sáber, caso o aquecimento não seja revertido, as cidades costeiras terão de se adaptar urbanisticamente, tornando-se o que ele chama de “mini-Venezas” (em referência à cidade italiana flutuante). Outra saída seria a construção de muros “para separar o mar das regiões já urbanizadas, como existe na Holanda”.
..............Amazônia – Ab´Sáber demonstra ceticismo nos dados do relatório relacionados à Amazônia, mas mostra-se preocupado com a atual situação na maior floresta do mundo. “Falam muito do fim da Amazônia pelo aquecimento, mas se esquecem de tudo aquilo que está acontecendo hoje em dia na Amazônia.”
..............Para ele, o desflorestamento causado pelas madeireiras e pelos fazendeiros é muito mais grave e urgente do que a suposta desertificação da floresta. “Ouvi da boca de um fazendeiro: ´A terra é minha, e faço com ela o que quiser e quando quiser.´ Hoje ele desmata para a agropecuária, mas depois, se quiser, desmata mais da floresta para plantar soja ou cana-de-açúcar.”
..............Ab´Sáber acredita que a destruição atual da floresta é preocupante e que o governo pouco faz para contê-la. “Só conheço dois Estados paralelos no Brasil: os morros do Rio e a Amazônia.” (Paulo Toledo Piza/ Estadão Online).
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..............ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES: A hipótese do aquecimento global pode sim causar grandes desastres, mas não a ponto da grande Amazônia perder suas características: quente e úmida, para o cerrado que apresenta adversidade quanto à vegetação amazônica. Os pesquisadores que defendem esta tese estão equivocados.
..............Há pessoas que acreditam que nível oceânico vai invadir todo o continente, e estudiosos que alegam que o mar subiu milímetros há algumas décadas, mas este estudo pode ser contestado simplesmente com uma afirmação: “É difícil dizer com exatidão que o volume oceânico subiu questão de milímetros em poucos anos, isso, considerando o constante movimento de vai-vem das marés, o derretimento das geleiras (que sempre ocorreu devido ao fenômeno da “retropicalização”) e o ciclo da água”. A teoria do aquecimento baseia-se nesta afirmação, conseqüentemente, se o nível marítimo aumentar o de chuvas também impossibilitando, que a Floresta Amazônica, uma área com muita incidência de chuvas, fique seca a ponto da vegetação se tornar arbustiva e as árvores retorcidas, como no cerrado. Portanto esta hipótese de que o aquecimento vai destruir as florestas passa a ser duvidosa.
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..............O AQUECIMENTO SEGUNDO O AUTOR: De acordo com Ab’Sáber é um equivoco fazer considerações preliminares e alegar que as mudanças climáticas e os fenômenos naturais estão atrelados ao incomprovado “aquecimento global”, pode-se sim considerar o aquecimento regional, que forma as ilhas de calor, que são dados comprovados pelos geógrafos.
..............Para Ab’Sáber estudos climáticos sobre o aquecimento devem considerar a importância das correntes marítimas e as situações climáticas que estão permitindo a “tropicalização”, principalmente no Brasil. O pesquisador também afirma que com o efeito do aquecimento a tendência das florestas não é de se reduzirem, mas sim o inverso, confirmando mais uma vez a teoria do Optimum Climático e da “retropicalização”, que agem de forma a modificar o clima, deixando-o como conhecemos hoje, o que para outros estudiosos caracterizam “aquecimento global”, Aziz se apresenta bastante incrédulo quanto a destruição da Amazônia por causa do aquecimento, pois o desflorestamento causado pelas empresas madeireiras e pelos fazendeiros é muito mais grave e urgente do que a suposta desertificação da floresta. Ele diz ainda que as zonas litorâneas podem estar ameaçadas, pois o volume marítimo vai aumentar, de acordo com a logística do processo de glaciação e tropicalização com intervalos de 20 a 22 mil anos, aproximadamente.
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..............O QUE NÃO É APONTADO PELA MÍDIA: Há um grande sensacionalismo que gira em torno da até então desconhecida imagem do aquecimento global, as grandes empresas se aproveitam deste fenômeno para promover sua “responsabilidade sócio-ambiental”, as autoridades políticas usam este fato, ainda incomprovado, como uma desculpa para continuar e intensificar o desmatamento sem maiores problemas: “Já que o aquecimento global vai destruir as florestas, porque não explorar seus recursos antes que acabem?” Esta idéia ganhou mais apoio quando recentemente o departamento de pesquisas climáticas da ONU divulgou um relatório oficial alegando que o aquecimento vai destruir a Floresta Amazônica, e que por sua vez vai incorporar os biomas do cerrado e perder parcialmente quase todas as suas características originais.
..............Além do mais, é muito comum vermos pela televisão ou ouvirmos pelo rádio um grande estereótipo sobre o efeito estufa / aquecimento global, mas vale ressaltar que este fenômeno ainda não foi totalmente comprovado, porém o aquecimento regional, principalmente nas grandes cidades, já é uma realidade comprovada, e entendida pelo estudo das ilhas de calor.
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..............CONCLUSÕES PRÓPRIAS: Pelo fato do aquecimento global ser uma questão atualíssima e de grande discussão em muitos países é importante saber suas características e entender suas conseqüências, mas desconsiderar as afirmações tendenciosas da mídia e ignorar o marketing feito pelas empresas ao seu redor. O maior problema está em atribuir todos os fenômenos climáticos ou catástrofes naturais como responsabilidade do aquecimento, pois ainda não existe comprovação científica de que a temperatura se elevou em todo o mundo uniformemente, na mesma proporção, outra discussão gira em torno do aumento do nível do mar, uma teoria que deve ser contestada, já que é impossível saber, por exemplo, que o nível do mar subiu 4 milímetros em uma década, isso é utopia, não existe tecnologia que comprove com exatidão esse dado, também devemos considerar os movimentos das marés que sobem e descem, tornando ainda mais difícil constatar com tal precisão essa informação, mas existe comprovação científica de que o mar esteve aproximadamente 2,80 ou 3 metros mais alto durante o fim da ultima glaciação, entre 6 mil e 5 mil anos atrás.
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CONTRAPONDO O AQUECIMENTO GLOBAL (1/2)

TEXTO 1: “Aquecimento é bom para a floresta”
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AUTOR: Aziz Ab’Sáber

..............Convicto de que o aquecimento global não depreda as florestas, mas contribui para seu crescimento, o geólogo Aziz Ab’Saber, em entrevista, por telefone, à IHU On-Line, confessa que “quando eles começaram a falar nos jornais que o aumento da temperatura ia derruir a Amazônia e derruir o sudeste do Brasil até o Rio Grande do Sul, eu fiquei desesperado com a estupidez. E o tempo está mostrando: quanto mais calor, mais umidade, mais penetração”.
..............Aziz Nacib Ab’Saber, 85 anos, é geógrafo e professor universitário brasileiro considerado referência em assuntos relacionados a impactos ambientais e meio ambiente. Laureado com as mais altas honrarias científicas nacionais e internacionais em Ecologia, Geologia e Arqueologia, é membro honorário da Sociedade de Arqueologia Brasileira. É também presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, e professor-honorário do Instituto de Estudos Avançados da mesma universidade. Embora tenha se aposentado compulsoriamente no final do século XX, mantém-se em plena atividade no século XXI.
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Confira a entrevista:
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..............IHU On-Line – O senhor pode fazer uma análise da política ambiental brasileira nos últimos oito anos? Quais os principais avanços, fracassos e limites?
..............Aziz Ab’Saber – Pelo que tenho acompanhado dia-a-dia nos jornais, a política ambiental brasileira é muito irregular. Nesses últimos oito anos, nós tivemos a dona Marina Silva, que é uma pessoa extraordinária, fala bem, mas conhece mal o Brasil. Então, não teve a possibilidade de fazer uma política ambiental que pudesse abranger do norte da Amazônia, de Roraima, até o Rio Grande do Sul, ou do Rio Grande do Norte até o Brasil Central. Ela cuidou muito bem de assuntos do Acre. Depois dela veio o Minc, um homem de ONGs. E as ONGs, como se sabe, nesse país, são organizações ditas não-governamentais, mas o que elas desejam sempre, através de seus líderes, é transformar-se em governamentais. Nesse sentido, as ONGs têm focos específicos, projetam-se para certos temas e também não entendem de fatos mais integrados relacionados com as diferentes regiões do país. E têm surgido grandes erros por parte dos administradores. Eu não quero fazer críticas pessoais, mas, do ponto de vista do governo federal, é lamentável o que tem acontecido.
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..............IHU On-Line – Como o senhor vê a transposição do Rio São Francisco?
..............Aziz Ab’Saber – Os governantes acharam que transpondo águas do São Francisco iam resolver o problema da água no Nordeste. Pois a transposição foi transformada em bandeira eleitoreira, e até agora não foi feita. A gente sabia que ia acontecer esse problema. Além disso, o governo teimou em dizer que ia resolver o problema do semiárido na sua área total e para sua população total. Isso não é verdade. E eu chamei a atenção para o fato de que, no nordeste, existem dois períodos bem diferenciados: um período muito seco, com pouquíssima evaporação, no qual o lençol freático desce muito, e, além disso, durante seis meses, os rios ficam secos, o lençol de água vai se infiltrando abaixo do nível do leito dos rios. O nordestino sabe que sobra um pouco de água embaixo das areias do leito seco, mas são assuntos que precisam ser percebidos. Por exemplo, a fase muito seca é que precisa de mais água retirada do Rio São Francisco, já a fase chuvosa não precisa tanto. Mas tem um problema: a fase mais seca significa menos água para as grandes usinas hidrelétricas. Então a coisa é mais séria do que os governantes dizem para o povo, e que a mídia depois expõe de um modo não muito correto.
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..............IHU On-Line – O senhor pode explicar suas razões para justificar por que o aquecimento é bom para a floresta?
..............Aziz Ab’Saber – O aquecimento na região de área tropical já é um fato. Aqui, em São Paulo, no começo do século passado, a temperatura média era de 18,6ºC, segundo os informes obtidos por uma pequena estação metereológica particular. E hoje é de 20,8ºC. Isso quer dizer que, na região de São Paulo, considerada isoladamente, o aquecimento foi muito grande, em termos médios. Por outro lado, o aquecimento nas cidades de certas bacias urbanas, de redes urbanas bastante amplas, também aumentou um pouco mais, mas não tanto como na cidade de São Paulo. E, levando-se em conta o desmatamento muito grande que houve no estado de São Paulo, que não possui mais de 8% de matas preservadas exatamente na serra do mar, mas para dentro dos planaltos, onde existem vários tipos de agriculturas e de vida agrária importante, certamente houve um aquecimento. Eu tenho chamado a atenção para dizer que o aquecimento é uma realidade e que pode ocorrer ao longo de 100, 200, 300 anos, e pode provocar realmente um aumento do nível dos mares nas zonas costeiras brasileiras. Isso me deixa bastante preocupado com as cidades que estão em planícies rasas. E enfatizo que, quanto mais calor, mais evaporação, e isso é o mais importante de tudo: quanto mais evaporação, mais entrada de umidade para essa faixa atlântica que é conhecida sempre sob o nome genérico de matas atlânticas. Então, quanto mais umidade entrar para o lugar que cria matas atlânticas ao longo desse trecho que vem desde o sudeste do Rio Grande do Norte até o sudeste de Santa Catarina, menos depredação da vegetação, dos ecossistemas das florestas tropicais e atlânticas do Brasil. Isso é lógico. Quando eles começaram a falar nos jornais que o aumento da temperatura ia derruir a Amazônia e derruir o sudeste do Brasil até o Rio Grande do Sul, eu fiquei desesperado com a estupidez. E o tempo está mostrando: quanto mais calor, mais umidade, mais penetração.
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..............Anos anômalos
..............Só que é preciso saber também que existem anos mais complexos, mais anômalos. De 12 em 12 anos, de 13 em 13, ou de 26 em 26 anos, há períodos extremamente complicados do ponto de vista da dinâmica climática. Basta lembrar o caso do nordeste de Santa Catarina, que eu estudei com cuidado quais foram as épocas de mais chuvas lá, e dá exatamente de 13 em 13 ou de 12 em 12 anos. Então, fiz um trabalho, que está publicado no Instituto de Estudos Avançados da USP, que pode ser encontrado no site da Scielo (1) . Ali se pode ler o que eu deduzi sobre Santa Catarina. A conclusão foi bastante séria. Eu disse que se os governantes que conheceram a tragédia de Santa Catarina não fizerem obras e projetos adequados para melhorar ou minimizar os efeitos das grandes precipitações da serra catarinense, com descida das águas para Blumenau e para o Vale do Itajaí nos próximos dez anos, antes que venha outro ano anômalo, vão acontecer tragédias de maior consequência. E isso vale para outras áreas do país.
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..............IHU On-Line – Quais as consequências mais graves para a sociedade da falta de saneamento e do tratamento de água de baixa qualidade?
..............Aziz Ab’Saber – O problema do desenvolvimento demográfico e do uso incorreto das águas em grandes cidades brasileiras é um dos mais sérios problemas que o país tem em termos de saneamento básico. Às vezes, pessoas de diversas áreas dizem assim: em vez do pessoal de São Paulo falar de assuntos amazônicos, deveria cuidar de despoluir as águas do Rio Tietê. Isso mostra que existem problemas de todo o tipo no Brasil, e alguns muito difíceis de serem resolvidos. Aqui em São Paulo, dentro da cidade propriamente dita, temos doze milhões de habitantes, mais a grande São Paulo, que está muito entrosada em termos de escoamento de águas e de córregos poluídos. Então, a dificuldade para despoluir as águas do Tietê é imensa. Têm sido resolvidos alguns problemas de inundações, nem todos, mas a despoluição é quase que impossível, porque existe a descarga de mais de 100 córregos da grande São Paulo, levando águas poluídas e esgotos mal tratados para o Tietê. Então, nós temos problemas imensos de saneamento básico, afinal de contas, São Paulo é a segunda maior cidade do mundo, e a região metropolitana de São Paulo é a maior do mundo.
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(Ecodebate, 15/03/2010) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
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..............ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES: O homem está aquecendo o planeta, mas isso não quer dizer que as florestas sejam reduzidas, a tendência no caso, é que as matas atlânticas e a Amazônia cresçam.
..............O fator determinante para provar que o aquecimento global não destruirá as florestas brasileiras se baseia nas correntes marítimas, que vão permanecer, praticamente, com as mesmas propriedades.
..............O aquecimento global é um conceito bastante debatido entre os climatologistas, podemos, sim, afirmar que estamos passando por um período de “retropicalização” ou Optimum Climático, que por sua vez, é fundamental para manter as florestas atlânticas, porém está sendo intensificado pela ação humana.
..............O que para alguns cientistas configura aquecimento global, para Ab’Sáber esses efeitos são ocasionados pelo período de “retropicalização” que o nosso planeta está passando depois da última glaciação, ocorrida há 20 mil anos A.P.
..............Durante o último período de glaciação, o mar esteve 95 metros mais baixo do que hoje, a corrente fria das Malvinas vinha até a Bahia e não deixava passar os ventos úmidos para dentro do continente. Já com o aumento do nível do mar em aproximadamente 3 metros em 6 mil anos a corrente quente chegou até o sul do Brasil, onde ainda está hoje. Esta corrente levou consigo uma umidade que permitiu a formação de florestas costeiras e de araucárias que vão do Paraná até o Rio Grande do Sul.
..............O aquecimento global não vai destruir as florestas, no entanto, vai haver uma nova delimitação nos bordos da Amazônia, pode ocorrer a incorporação de outros biomas, como o cerrado, mas a Amazônia, não se tornará cerrado, já que com o aumento do nível do mar precipita no aumento do volume de chuvas.
..............Vale ter um cuidado especial com as regiões litorâneas, porque o mar, de fato, vai subir.
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sexta-feira, 18 de maio de 2012

ENERGIA NUCLEAR: QUESTÕES GEOPOLÍTICAS

INTRODUÇÃO

..............O presente trabalho foi elaborado com a finalidade de estudar não somente a energia nuclear no âmbito técnico-científico, mas especialmente as diversas questões geopolíticas envolvidas neste setor de prima necessidade ao Estado (o setor energético), bem como os interesses políticos acerca de armas nucleares, no mundo capitalista.
Como iremos discutir ao longo deste, a energia nuclear é imprescindível em países como a Franca, por exemplo, já que não reúne condições físicas, climáticas e geográficas para a obtenção de energia por meio de hidrelétricas a energia nuclear corresponde a 80% do total nacional. Porém há uma grande polêmica que circunda a utilização deste tipo de energia, e a maior delas é a produção de armas nucleares.
As armas nucleares são um capítulo à parte na discussão sobre a energia nuclear, sendo muito controverso falar sobre isso, principalmente no mundo pós 11 de setembro de 2001, após esta data muitas coisas mudaram, e criou-se a concepção de que os países aliados aos Estados Unidos se encontram sobre constante ameaça terrorista, além disso, foi criado um tipo ideal que representa os árabes e demais habitantes do oriente médio: todos são terroristas até que se prove ao contrário.
Com isso o mundo entra em estado de alerta e surgem temas delicados como o programa nuclear do Irã, que gera descontentamentos e dúvidas nos EUA e em países da União Européia, que duvidam das boas intenções dos iranianos, gerando uma preocupação por parte de disponibilizar condições para que o país de Mahmoud Ahmadinejad venha a desenvolver armas nucleares.
A razão de um trabalho como este consiste em fornecer um compilado de notícias e informações valiosas e fundamentais que dizem respeito à compressão do mundo e dos fatos e acontecimentos sociais vistos a partir de um risco iminente que a crescente utilização da energia nuclear nos trás à tona, uma vez que para muitos, como, por exemplo, o povo japonês que está sofrendo com a atual crise nuclear devida a catástrofe natural do terremoto e tsunami, deve ser a sensação de viver sobre uma bomba relógio, que pode explodir a qualquer momento.
Para a elaboração deste trabalho de pesquisa, buscamos informações da mídia digital (internet) e de conceituados portais de noticias on-line, ou seja, fontes confiáveis, das quais retiramos os trechos anexos, de indispensável importância para o entendimento do tema energia nuclear, tanto no âmbito técnico, mas especialmente para trabalhar seus aspectos geopolíticos.
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energia nuclear
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1. O que é energia nuclear?
Fig 1. Esquema simplificado do funcionamento de uma usina nuclear.
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..............A energia nuclear provém da fissão de matérias minerais altamente radioativas, como urânio, plutônio, tório, ou da fusão nuclear do hidrogênio. A energia é liberada dos núcleos atômicos quando os mesmos são levados por processos artificiais à condições instáveis dentro de um reator nuclear, produzindo uma seqüência conhecida como “reação em cadeia”.
..............O funcionamento de uma usina nuclear é bastante parecido ao de uma usina termelétrica. A diferença é que ao invés do calor ser gerado pela queima de um combustível fóssil, como o carvão, o óleo ou o gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água de um circuito primário. Esta água circula pelos tubos de um equipamento chamado gerador de vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do gerador de vapor vaporiza-se à alta pressão, fazendo girar um conjunto de turbinas ligadas a geradores elétricos. O movimento do gerador elétrico produz a energia, que imediatamente segue para o sistema de distribuição.
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energia nuclear: QUESTÕES GEOPOLÍTICAS

 
1. Mundo repensa Energia Nuclear depois de 2ª explosão de reator no Japão

Informações da BBC e Agência Brasil - 14/03/2011

1.1. Explosão nos reatores: O reator número 3 da usina nuclear de Fukushima, no Japão, sofreu uma pane no seu sistema de resfriamento e explodiu nesta segunda-feira, a exemplo do que já havia ocorrido com o reator número 1.
Um porta-voz da companhia de eletricidade Tokyo Electric Power Company (Tepco) disse que os técnicos estão adotando medidas como injetar água do mar no reator número 2 da usina para evitar o superaquecimento da instalação.
As autoridades afirmaram que o reator número 3 resistiu ao impacto. O núcleo da estrutura teria permanecido intacto e os níveis de radiação, abaixo dos limites considerados legalmente perigosos.
O porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou que há baixa possibilidade de contaminação por radiação por conta da última explosão. Ainda assim, dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas das proximidades da instalação e 22 estão sob tratamento por exposição à radiação.
Especialistas crêem que é improvável uma repetição do desastre nuclear das proporções de Chernobyl, em 1986, porque os reatores atuais são construídos com padrões mais elevados e sob medidas de segurança mais rigorosas.

1.2. Alemanha pensando melhor: A Alemanha anunciou nesta segunda-feira que suspendeu temporariamente seus planos de ampliar a vida útil de suas usinas nucleares.
A chanceler Angela Merkel disse que a decisão divulgada no ano passado, de estender a vida útil das 17 usinas nucleares do país, será suspensa por três meses: “Durante a moratória, examinaremos como podemos acelerar a rota para a era da energia renovável”, disse ela.
O governo alemão tem sido alvo de protestos contrários à ampliação da vida útil das instalações, e com a suspensão anunciada nesta segunda-feira, as duas plantas nucleares mais antigas do país (construídas nos anos 1970) provavelmente serão fechadas nos próximos meses.
Merkel disse que os eventos no Japão “nos ensinam que os riscos que considerávamos absolutamente improváveis na verdade não o são”.

1.3. União Européia e o aumento da segurança nuclear: Além da Alemanha, o acidente nuclear japonês - já considerado o mais grave desde Chernobyl, em 1986 - levou também outros países a reverem suas posições.
A Suíça disse que vai endurecer os padrões de segurança que regulam suas usinas nucleares “particularmente com relação à segurança sísmica e resfriamento”, segundo a ministra da Energia, Doris Leuthard. A Suíça tem quatro usinas nucleares que produzem 40% da energia que o país consome.
A Áustria, que se preocupa com a segurança em plantas nucleares instaladas em antigos países comunistas com os quais faz fronteira, reivindica que as usinas sejam testadas em casos de terremotos.
Mas países como a Rússia e a Polônia afirmaram que não vão cancelar planos de ampliar o uso de energia nuclear. Em janeiro, havia 195 usinas nucleares em operação na Europa e 19 em construção, sendo que 11 delas na Rússia.

1.4. Brasil com técnica, e não com política: No Brasil, o presidente do Senado, José Sarney, pediu para que ocorra um debate “feito por técnicos, não por políticos”, sobre a segurança das usinas brasileiras.
Segundo Sarney, o governo brasileiro deve analisar a conveniência de novos investimentos na construção de usinas nucleares depois do que ocorreu no Japão e, principalmente, das conseqüências a que está submetida à população daquele país.
Hoje, o Brasil tem em funcionamento duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro. No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,1 bilhões para a construção de Angra 3.
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2. Fracassos Nucleares Franceses
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.Informações do Greenpeace –16/03/2009
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..............Em plena retomada do Programa Nuclear Brasileiro, o Greenpeace promoveu hoje, no Rio de Janeiro, um evento reunindo especialistas para debater os problemas e dificuldades enfrentados pela indústria nuclear na França e no Brasil. No seminário “Energia Nuclear no Brasil e na França”, foi lançada versão em português do relatório “Fracassos Nucleares Franceses”, um documento com o histórico nuclear brasileiro, mostrou como é arriscada a parceria na área nuclear que vem se consolidando nos últimos três anos entre França e Brasil.
..............O relatório “Fracassos Nucleares Franceses” resume as principais conclusões de pesquisa realizada pela Global Chance - organização francesa sem fins lucrativos que reúne cientistas em energia inclusive os problemas que levaram a estatal Areva, braço industrial da política nuclear francesa, a fechar o ano de 2008 com uma queda de 20% em seu lucro líquido. Lembrando que a França tem 80% de sua energia gerada por 58 reatores nucleares distribuídos em 19 usinas.
..............Exemplos concretos dessa decadência são as dificuldades enfrentadas nos projetos de construção de European Pressurized Reactores (EPRs), reatores de quarta geração desenvolvidos e promovidos pela Areva ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Comprovando que a tão propagada “nova” tecnologia não foi capaz de superar os problemas históricos da energia nuclear, o reator da usina de Olkiluoto, na Finlândia, que começou a ser construído em 2005, já está com atraso de três anos e sobre faturamento de 1,5 bilhões de euros. O reator finlandês, bem como o EPR em construção em Flamanville, na França, apresentou falhas de projeto como uso de concreto e soldas de má qualidade, comprometendo a segurança da operação do reator.
..............O documento mostra ainda como a aposta francesa em priorizar energia nuclear é um obstáculo concreto para que o país possa cumprir suas próprias metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, conforme esclareceu em sua apresentação o professor Yves Marignac, especialista francês independente e principal autor do relatório da Global Chance. “energia nuclear não é solução para o aquecimento global. Chega a ser engraçado, esse é mais um argumento usado pela indústria. As emissões não diminuem com a construção de reatores nucleares”.
..............O Greenpeace apresentou também um cenário da indústria nuclear no Brasil: se a Areva se esforça para driblar seus fracassos pelo mundo, aqui é recebida de braços abertos pela Eletro-nuclear, que acena com a participação de 30% de capital francês no financiamento da terceira usina nuclear brasileira.
..............O documento traz dados sobre a construção das usinas Angra 1 e Angra 2, marcada por atrasos, orçamentos estourados e falta de transparência governamental, corroborando o desempenho do setor nuclear ao redor do mundo. Angra 2 entrou em operação apenas em 2000, mais de vinte anos após o início de sua construção, inúmeros atrasos de cronograma e falhas técnicas.
.............Outro ponto lembrado nas apresentações, tanto sobre o Brasil como a França, foi a ausência de solução para o lixo radioativo gerado ao longo de todo o ciclo de produção da energia nuclear.
 ..............“O que fazer com o lixo radioativo é a grande pergunta sem resposta em relação ‘a tecnologia nuclear’, disse Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. "No Brasil, essa discussão veio á tona durante o licenciamento ambiental de Angra 3, no qual a Eletro-nuclear foi incapaz de responder o que fará com os resíduos da usina nuclear. Mesmo assim, o Ibama concedeu licença de instalação para Angra 3”.
..............Em dezembro de 2008, os presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva firmaram acordo para o desenvolvimento de um submarino nuclear e construção de estaleiro e base no Rio de Janeiro.
..............“A opção nuclear não se sustenta do ponto de vista econômico, energético ou ambiental. A cooperação nuclear para fins militares com a França revela os verdadeiros objetivos do Programa nuclear brasileiro, que vão muito além da geração elétrica”, afirma Rebeca Lerer.
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3. A polêmica envolvendo o programa nuclear do Irã
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Informações da BBC – 09/11/2009
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...............O Irã tem desafiado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que ordena a suspensão do enriquecimento de urânio no país.
..............Apesar da resolução, no dia 8 de fevereiro de 2010, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que o país comunicou à ONU que ampliaria seu programa nuclear.
..............Um dia depois, o chefe do programa nuclear do país, Ali Akbar Salehi, afirmou que o Irã havia começado o processo de enriquecimento de urânio a 20% em Natanz, a principal usina de enriquecimento de urânio iraniana e nesta quinta-feira, Ahmadinejad disse que o país possui tecnologia para enriquecer urânio a até 80%, embora não escolherá não o fazer.
..............O nível é suficiente para o funcionamento do reator nuclear de Teerã, mas não para a produção de uma bomba nuclear, que requer enriquecimento a pelo menos 90%.
..............A decisão alarmou os países do Ocidente devido ao temor de que o regime iraniano esteja planejando construir armas nucleares.
..............O Irã, no entanto, continua insistindo que seu programa nuclear tem fins pacíficos e defende o direito, previsto no Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês), de enriquecer urânio para ser usado como combustível para a energia nuclear civil.
..............Autoridades iranianas e porta-vozes dos Estados Unidos e da União Européia não conseguiram chegar a um acordo sobre o programa de enriquecimento de urânio do Irã. Há receio de que o Irã esteja ao menos tentando adquirir experiência para que um dia tenha a opção para produzir uma bomba.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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..............Considera-se que a energia nuclear tem sim seus aspectos positivos, mas também inúmeros pontos negativos que necessariamente precisam ser estudados e melhorados.
..............É importante conhecermos tanto a parte técnica, quanto as disputas geopolíticas que giram em torno da energia nuclear, tentar compreender a magnitude científica e o grau de complexidade aplicado à estruturação de uma usina nuclear, e principalmente valorizar nisto, todo o conhecimento humano utilizado.
..............Conclui-se também que a questão energética nuclear é uma motriz geradora de conflitos e disputas, o que cria um mal-estar e uma preocupação em escala internacional, pois na maioria das vezes um incidente como o de Chernobyl em 1986, ou o recente vazamento no Japão, nos colocam em uma postura de reflexão e ao mesmo tempo de desespero sobre a segurança nuclear nos dias atuais.
..............Por outro lado não devemos ir ao extremo e propor a proibição da utilização da energia nuclear, a opção mais coerente seria o uso desta com responsabilidade, descartando a possibilidade de produção de armas nucleares pelos iranianos, por exemplo, seria o primeiro passo para a desmistificação deste preconceito de que todo o árabe é terrorista. Sabemos que é em certo ponto um pensamento utópico, mas exigiria uma mudança de consciência por parte de todos os cidadãos e de todas as lideranças políticas mundiais.
..............Pelo fato do setor energético ser de prima ordem para os Estados, deve-se pensar em mecanismos de distribuir este recurso e esta tecnologia de uma forma mais democrática, não deve existir um país que detenha toda a técnica nuclear e outro desprovido; justamente pela falta da democratização da energia nuclear, situações preocupantes como a do Irã começam a surgir no mundo contemporâneo.
............Para que haja a total otimização da utilização deste importante recurso é indispensável a convergência entre técnicos e políticos – ao contrário do que o presidente do Senado José Sarney declarou – estes são os responsáveis pela eficiência de um programa nuclear, o trabalho de um técnico depende do sucesso das negociações e decisões tomadas pelo político, e este por sua vez depende do êxito do trabalho técnico.
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FONTE: http://www.biodieselbr.com/energia/nuclear/energia-nuclear.htm

A POLÍTICA DEMOGRÁFICA DA CHINA

INTRODUÇÃO

..............Com cerca de 1,3 bilhão de habitantes a China, como se sabe, é o país mais populoso do planeta abrigando cerca de 20% da população mundial. Por volta de 1970, a população chinesa já havia atingido mais de 800 milhões de pessoas graças a estímulos de governantes como Mao Tse-tung, que via no aumento populacional um caminho para o engrandecimento do país, tanto economicamente, quanto socialmente.
..............O que era aparentemente bom para o governo de Tse-tung transformou-se em um enorme problema para seus sucessores, que não encontravam meios eficazes a fim de conter a explosão populacional se não através de um rígido controle de natalidade colocado em prática no fim dos anos 1970. Caso não entrasse em vigor este controle, certamente a população chinesa seria hoje composta por 1,6 bilhões de habitantes.
..............Além dos problemas inerentes à sua quantidade, a população chinesa é uma fonte potencial de instabilidade devida sua composição sexual. A política de um só filho, aliada à histórica predileção dos chineses por crianças do sexo masculino, vem tendo um efeito colateral não avaliado pelas autoridades.
..............Todas estas questões serão devidamente ponderadas ao longo deste estudo, levantando dúvidas sobre o crescimento populacional chinês, bem como o que este trouxe de bom para o país, e também o que prejudicou no desenvolvimento econômico e social da emergente e futura potência econômica mundial chamada China.


1. O fator demográfico na China

..............A China tem destaque em relação ao número de pessoas que habitam em seu território, pois atualmente o país é o mais populoso do mundo. O número estimado da população chinesa é de 1,3 (um bilhão e trezentos milhões) de habitantes.
O crescimento vegetativo ou natural da população chinesa tem sido uma das preocupações do governo chinês nas últimas décadas. O processo para reverter esse dado teve início a partir de 1970, quando os índices de crescimento vegetativo atingiam 2,6% anual, conseqüentemente o governo tem buscado formas para conter o crescimento da população, a forma encontrada foi de implantar um criterioso e rigoroso controle de natalidade que ficou conhecido como “política de filho único”.
Quando os pais não cumprem com o controle proposto pelo governo são submetidos a punições executadas a partir da perda de direitos a programas sociais, além de a pessoa ser obrigada a efetuar pagamento de multas ou correr o risco de ser destituído do emprego.
..............A medida de controle de natalidade que recentemente vem sendo utilizada é de oferecer informações, a partir dos meios de comunicação, e também de dispor de métodos de prevenção à gravidez (camisinha, anticoncepcionais), e de modo mais radical, realizar, de forma imposta, procedimentos cirúrgicos que levam as pessoas a se tornarem estéreis, principalmente aqueles que já têm um filho.
           Por meio de todos esses métodos, alguns deles questionáveis, o governo alcançou uma diminuição de 2,6% para 0,6%, dessa forma evitou que milhares de pessoas agregassem à enorme população chinesa.

2. O lado negativo do controle de natalidade

..............Para colocar em prática o controle de natalidade, muitas crianças morrem, quase sempre do sexo feminino, uma vez que existe um grande preconceito contra as mulheres.
..............Teoricamente, o governo não aprova meios cruéis para o controle de natalidade, no entanto, na realidade o que ocorre é o inverso, os funcionários responsáveis por fiscalizar o controle do governo são forçados a retirar as mulheres grávidas de suas casas e as prenderem para executar o aborto.
..............Muitas mães são mortas por não aceitarem o aborto, outras têm seus filhos escondidos e suas famílias são torturadas para dizer o paradeiro da gestante, além de ter a casa incendiada. Muitos casais vendem seus filhos para casais estéreis, para não sofrerem as punições do governo chinês.

3. Desafios que a China enfrenta na questão demográfica: país terá mais homens que mulheres em idade núbil até 2020

..............A China publicou recentemente um relatório sobre sua população apresentando o cenário demográfico e prevendo desafios que o país enfrentaria com o crescimento populacional.
Segundo o documento publicado pela Comissão da População e do Planejamento Familiar do Estado, nos próximos 30 anos, o aumento da população chinesa poderá chegar a 200 milhões.
Ainda, de acordo o documento, a população chinesa atingirá 1,36 e 1,45 bilhões respectivamente em 2010 e 2020, enquanto o ano 2033 será o ano pico da população chinesa que poderá chegar a 1,5 bilhão. Especialistas ainda apontaram que a qualidade da população chinesa não será elevada, o que constitui um importante fator negativo na competitividade da nação perante o mundo capitalista.
O relatório mostrou que a questão de estrutura etária da China, especialmente o processo de envelhecimento populacional. Segundo se prevê, até os anos da década 40 deste século, terá um idoso entre 3 ou 4 pessoas no país, o que poderá trazer pressões no setor da previdência social.
..............Segundo a Comissão, as metas do desenvolvimento demográfico da China são: controlar sua população inferior a 1,36 bilhões em 2010, e 1,45 bilhões em 2020, e em meados do século, 1,5 bilhão, além de elevar a qualidade populacional. O documento destacou que o governo tem de persistir na prioridade no desenvolvimento de educação e investir mais na área, para que as despesas destinadas para a área educacional cheguem a 4% do PIB chinês.
Segundo o documento, a China terá 30 milhões de homens a mais do que mulheres em idade núbil até 2020, o que provocará dificuldades para os homens procurarem esposas. O relatório detalhou que a proporção sexual da China dos recém-nascidos em 2005 foi de 118 meninos para 100 meninas, comparando com 110:100 em 2000. Em algumas regiões a proporção atingiu 130:100.
“A discriminação contra o sexo feminino permanece como o principal fator do crescente desequilíbrio sexual da China”, disse Liu Bohong, vice-diretor do instituto de estudos sobre a mulher subordinado à Federação das Mulheres da China.
Alguns casais que preferem meninos optam pelo aborto quando descobrem que o bebê é menina. Várias autoridades locais chinesas declararam como crime o procedimento para diagnosticar o sexo do feto.
Segundo Liu, o desequilíbrio da proporção sexual não tem a ver com a política de planejamento familiar. “É mais provável que isso seja um resultado da idéia bem enraizada da cultura chinesa de que homens são superiores às mulheres”.


CONCLUSÃO

Considera-se que a política demográfica chinesa tem aspectos positivos que contribuíram e ainda contribuem para o constante desenvolvimento do país, porém este fator possui inúmeros pontos negativos que necessariamente precisam ser estudados com afinco e melhorados a partir de mudanças diretas na legislação.
É importante conhecermos e obtermos o máximo de informações sobre esta questão, bem como fora apresentado nos três textos anteriormente, com dados estatísticos e comparações que nos conferem certo nível de precisão ao argumentarmos sobre o tema.
Podemos compreender a radicalidade que caracteriza a política demográfica chinesa e especialmente o controle de natalidade adotado pela legislação como uma verdadeira mazela social.
Conclui-se ainda que o fator demográfico chinês possui pelo menos duas faces distintas, por um lado ele é permeado pelo neomalthusianismo e por outro pela teoria demográfica reformista, que embora venham a se opor um em relação ao outro, representam bem o caráter adverso governo da China.
Uma vez que o governo chinês adota uma medida tão extrema e radical tal como o estrito controle de natalidade observa-se a teoria neomalthusiana a permear-se, justificando a partir de Malthus a pobreza, a fome e péssimos indicadores sociais como fatores atrelados ao subdesenvolvimento histórico do país.
Já havendo certa preocupação com a população, constatada por uma série de benefícios sociais conferidos às famílias e incentivos fiscais, o governo chinês assume um caráter mais reformista. Demonstrando a probabilidade de que ocorra um controle espontâneo de natalidade, pois uma vez que as famílias obtêm condições dignas de vida, como educação, assistência médica, acesso à informação e etc, tendem a ter menos filhos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (EZLN)

Emiliano Zapata Salazar: líder do movimento social no México.


OBJETIVO: Defender o uso coletivo da terra, a reforma agrária, os direitos do índio e os ideais nacionalistas (anti-imperialista, anti-EUA), lutando contra a ditadura do PRI (Partido da Revolução Institucional), contra a miséria e o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), que piorou ainda mais a pobreza no país, porque enquanto os mexicanos exportam produtos agrícolas para os EUA e o Canadá, no caso o milho, que possui um baixo valor agregado, eles importam tecnologia estadunidense, que tem um altíssimo valor agregado, contribuindo assim para o avanço da pobreza no México.

HISTÓRICO: O Exercito Zapatista tem suas raízes na Revolução Mexicana, ocorrida no ano de 1910 quando houve a derrubada do regime ditatorial de Porfirio Díaz, com a contribuição de Emiliano Zapata, mas o EZLN surgiu em 1994, ao longo da década de 1990 os Zapatistas atuaram embasados na “democracia direta”, que conta com a grande simpatia da população, que se manifesta nos discursos e campanhas organizadas pelos guerrilheiros, assim havendo uma participação popular ativa nas decisões tomadas como veremos a seguir.
Um fato recente, em julho de 2005 os Zapatistas apresentaram a Sexta Declaração da Selva de Lancardona. Nesta nova declaração, o EZLN chamou toda a população para uma campanha nacional em oposição à campanha presidencial de 2005. Na preparação da campanha foram convidados mais de 600 organizações de esquerda, grupos indígenas e organizações não governamentais para viajar pelos 32 Estados mexicanos a fim de discutirem suas reivindicações, que foram mencionadas no tópico anterior.

TIPO DE CONFLITO: Os Zapatistas priorizam a pacificação, não é de primeira instância que este grupo guerrilheiro parte para o conflito armado, podemos fazer uma relação ao MST (Movimento sem Terra) aqui no Brasil, os sem terras não são violentos, por motivos fúteis, é uma questão de sobrevivência, eles apenas tomam decisões ousadas para assegurar um direito que lhes é garantido pela constituição, a reforma agrária, assim acontece com o EZLN, não é por qualquer motivo que os guerrilheiros pegam em armas e passam para um conflito violento. Uma das ocorrências mais conhecidas foi a Guerra civil, em 1914, quando formou-se o Exército Constitucionalista, que derrubou o governo de Victoriano Huerta, que partiu para o exílio e Venustiano Carranza assumiu o governo do país, por sua vez Carranza aprovou a lei da reforma agrária e os Zapatistas foram contemplados com a nova legislação.

CAUSAS DO CONFLTO: Os conflitos são originados quando há algum tipo de opressão ou desrespeito, aos povos indígenas, pequenos agricultores, camponeses e etc, se houver acordo pacífico não será necessário um conflito armado.

OPINIÃO PÚBLICA: Os Zapatistas valorizam o coletivo e recusam às práticas hierarquizantes e autoritárias. A forma de organização comunal está presente até mesmo nas práticas políticas dos camponeses indígenas. O EZLN é comandado por um Comitê Revolucionário Indígena e as decisões são tomadas coletivamente em assembléias, o poder não é delegado a um líder hierárquico, porque este por sua vez não existe.
O EZLN tenta construir uma cultura política constituída por valores democráticos voltados para a prática política participativa de toda a sociedade, para a democracia de base, para a autogestão e não para a centralização ou para a hierarquização das organizações políticas. Por isso o Exército Zapatista de Libertação Nacional vem ganhando grande simpatia da população.

NOSSA OPINIÃO: Podemos considerar que os Zapatistas lutam por uma causa nobre e louvável, a concentração de terras nas mãos de poucas pessoas é uma situação que merece uma discussão mais ampla, onde a população deve por direito participar, para poder exigir abertamente o seu direito custodiado pela constituição e também o seu direito como cidadãos e cidadãs, o direito da reforma agrária. A monopolização de terras não é um problema exclusivamente brasileiro como podemos conferir, existe em quase toda a América Latina. Este foi um dos motivos que levaram a população do México a um conflito de maiores proporções, no passado, como a Revolução Mexicana (1910 – 1920). Talvez este deva ser um ponto para nós brasileiros observarmos, e refletirmos como faremos para resolver este conflito territorial que acontece no nosso país, em proporções menores, mas acontece. Se o povo brasileiro e o MST se manifestassem de forma mais impositiva como os mexicanos fizeram, não haveria, hoje, a necessidade, de um constrangimento maior daquele que não tem um chão debaixo de seus pés, tudo depende de nós, “a união faz a força”, o poder está com o povo! Porque o Brasil com toda esta magnificência em terras, recursos naturais e uma população rica, não poderia resolver um simples problema como a reforma agrária ou a demarcação das terras aos indígenas? Porque?


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/EZLN, http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_zapatista, http://www.ficharionline.com/ExibeConteudo.php5?idconteudo=5689, http://www.brasildefato.com.br/v01/impresso/anteriores/jornal.2007-09-26.5007144766/editoria.2007-10-09.0977120079/materia.2007-10-10.7013127602/, http://www2.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/primeirogepal/pdfs_tc/wilsonsilvasilvestreneto.pdf


CARDOSO, Oldimar. Tudo é história – 8º ano do ensino fundamental. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2006. pág. 240 – 249.

MOREIRA, João Carlos & SENE, Eustáquio de. Trilhas da Geografia – 8º ano do ensino fundamental. Ed. Reformulada. São Paulo: Scipione, 2006. pág. 174.


PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br