sexta-feira, 18 de maio de 2012

ENERGIA NUCLEAR: QUESTÕES GEOPOLÍTICAS

INTRODUÇÃO

..............O presente trabalho foi elaborado com a finalidade de estudar não somente a energia nuclear no âmbito técnico-científico, mas especialmente as diversas questões geopolíticas envolvidas neste setor de prima necessidade ao Estado (o setor energético), bem como os interesses políticos acerca de armas nucleares, no mundo capitalista.
Como iremos discutir ao longo deste, a energia nuclear é imprescindível em países como a Franca, por exemplo, já que não reúne condições físicas, climáticas e geográficas para a obtenção de energia por meio de hidrelétricas a energia nuclear corresponde a 80% do total nacional. Porém há uma grande polêmica que circunda a utilização deste tipo de energia, e a maior delas é a produção de armas nucleares.
As armas nucleares são um capítulo à parte na discussão sobre a energia nuclear, sendo muito controverso falar sobre isso, principalmente no mundo pós 11 de setembro de 2001, após esta data muitas coisas mudaram, e criou-se a concepção de que os países aliados aos Estados Unidos se encontram sobre constante ameaça terrorista, além disso, foi criado um tipo ideal que representa os árabes e demais habitantes do oriente médio: todos são terroristas até que se prove ao contrário.
Com isso o mundo entra em estado de alerta e surgem temas delicados como o programa nuclear do Irã, que gera descontentamentos e dúvidas nos EUA e em países da União Européia, que duvidam das boas intenções dos iranianos, gerando uma preocupação por parte de disponibilizar condições para que o país de Mahmoud Ahmadinejad venha a desenvolver armas nucleares.
A razão de um trabalho como este consiste em fornecer um compilado de notícias e informações valiosas e fundamentais que dizem respeito à compressão do mundo e dos fatos e acontecimentos sociais vistos a partir de um risco iminente que a crescente utilização da energia nuclear nos trás à tona, uma vez que para muitos, como, por exemplo, o povo japonês que está sofrendo com a atual crise nuclear devida a catástrofe natural do terremoto e tsunami, deve ser a sensação de viver sobre uma bomba relógio, que pode explodir a qualquer momento.
Para a elaboração deste trabalho de pesquisa, buscamos informações da mídia digital (internet) e de conceituados portais de noticias on-line, ou seja, fontes confiáveis, das quais retiramos os trechos anexos, de indispensável importância para o entendimento do tema energia nuclear, tanto no âmbito técnico, mas especialmente para trabalhar seus aspectos geopolíticos.
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energia nuclear
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1. O que é energia nuclear?
Fig 1. Esquema simplificado do funcionamento de uma usina nuclear.
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..............A energia nuclear provém da fissão de matérias minerais altamente radioativas, como urânio, plutônio, tório, ou da fusão nuclear do hidrogênio. A energia é liberada dos núcleos atômicos quando os mesmos são levados por processos artificiais à condições instáveis dentro de um reator nuclear, produzindo uma seqüência conhecida como “reação em cadeia”.
..............O funcionamento de uma usina nuclear é bastante parecido ao de uma usina termelétrica. A diferença é que ao invés do calor ser gerado pela queima de um combustível fóssil, como o carvão, o óleo ou o gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água de um circuito primário. Esta água circula pelos tubos de um equipamento chamado gerador de vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do gerador de vapor vaporiza-se à alta pressão, fazendo girar um conjunto de turbinas ligadas a geradores elétricos. O movimento do gerador elétrico produz a energia, que imediatamente segue para o sistema de distribuição.
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energia nuclear: QUESTÕES GEOPOLÍTICAS

 
1. Mundo repensa Energia Nuclear depois de 2ª explosão de reator no Japão

Informações da BBC e Agência Brasil - 14/03/2011

1.1. Explosão nos reatores: O reator número 3 da usina nuclear de Fukushima, no Japão, sofreu uma pane no seu sistema de resfriamento e explodiu nesta segunda-feira, a exemplo do que já havia ocorrido com o reator número 1.
Um porta-voz da companhia de eletricidade Tokyo Electric Power Company (Tepco) disse que os técnicos estão adotando medidas como injetar água do mar no reator número 2 da usina para evitar o superaquecimento da instalação.
As autoridades afirmaram que o reator número 3 resistiu ao impacto. O núcleo da estrutura teria permanecido intacto e os níveis de radiação, abaixo dos limites considerados legalmente perigosos.
O porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou que há baixa possibilidade de contaminação por radiação por conta da última explosão. Ainda assim, dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas das proximidades da instalação e 22 estão sob tratamento por exposição à radiação.
Especialistas crêem que é improvável uma repetição do desastre nuclear das proporções de Chernobyl, em 1986, porque os reatores atuais são construídos com padrões mais elevados e sob medidas de segurança mais rigorosas.

1.2. Alemanha pensando melhor: A Alemanha anunciou nesta segunda-feira que suspendeu temporariamente seus planos de ampliar a vida útil de suas usinas nucleares.
A chanceler Angela Merkel disse que a decisão divulgada no ano passado, de estender a vida útil das 17 usinas nucleares do país, será suspensa por três meses: “Durante a moratória, examinaremos como podemos acelerar a rota para a era da energia renovável”, disse ela.
O governo alemão tem sido alvo de protestos contrários à ampliação da vida útil das instalações, e com a suspensão anunciada nesta segunda-feira, as duas plantas nucleares mais antigas do país (construídas nos anos 1970) provavelmente serão fechadas nos próximos meses.
Merkel disse que os eventos no Japão “nos ensinam que os riscos que considerávamos absolutamente improváveis na verdade não o são”.

1.3. União Européia e o aumento da segurança nuclear: Além da Alemanha, o acidente nuclear japonês - já considerado o mais grave desde Chernobyl, em 1986 - levou também outros países a reverem suas posições.
A Suíça disse que vai endurecer os padrões de segurança que regulam suas usinas nucleares “particularmente com relação à segurança sísmica e resfriamento”, segundo a ministra da Energia, Doris Leuthard. A Suíça tem quatro usinas nucleares que produzem 40% da energia que o país consome.
A Áustria, que se preocupa com a segurança em plantas nucleares instaladas em antigos países comunistas com os quais faz fronteira, reivindica que as usinas sejam testadas em casos de terremotos.
Mas países como a Rússia e a Polônia afirmaram que não vão cancelar planos de ampliar o uso de energia nuclear. Em janeiro, havia 195 usinas nucleares em operação na Europa e 19 em construção, sendo que 11 delas na Rússia.

1.4. Brasil com técnica, e não com política: No Brasil, o presidente do Senado, José Sarney, pediu para que ocorra um debate “feito por técnicos, não por políticos”, sobre a segurança das usinas brasileiras.
Segundo Sarney, o governo brasileiro deve analisar a conveniência de novos investimentos na construção de usinas nucleares depois do que ocorreu no Japão e, principalmente, das conseqüências a que está submetida à população daquele país.
Hoje, o Brasil tem em funcionamento duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro. No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,1 bilhões para a construção de Angra 3.
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2. Fracassos Nucleares Franceses
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.Informações do Greenpeace –16/03/2009
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..............Em plena retomada do Programa Nuclear Brasileiro, o Greenpeace promoveu hoje, no Rio de Janeiro, um evento reunindo especialistas para debater os problemas e dificuldades enfrentados pela indústria nuclear na França e no Brasil. No seminário “Energia Nuclear no Brasil e na França”, foi lançada versão em português do relatório “Fracassos Nucleares Franceses”, um documento com o histórico nuclear brasileiro, mostrou como é arriscada a parceria na área nuclear que vem se consolidando nos últimos três anos entre França e Brasil.
..............O relatório “Fracassos Nucleares Franceses” resume as principais conclusões de pesquisa realizada pela Global Chance - organização francesa sem fins lucrativos que reúne cientistas em energia inclusive os problemas que levaram a estatal Areva, braço industrial da política nuclear francesa, a fechar o ano de 2008 com uma queda de 20% em seu lucro líquido. Lembrando que a França tem 80% de sua energia gerada por 58 reatores nucleares distribuídos em 19 usinas.
..............Exemplos concretos dessa decadência são as dificuldades enfrentadas nos projetos de construção de European Pressurized Reactores (EPRs), reatores de quarta geração desenvolvidos e promovidos pela Areva ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Comprovando que a tão propagada “nova” tecnologia não foi capaz de superar os problemas históricos da energia nuclear, o reator da usina de Olkiluoto, na Finlândia, que começou a ser construído em 2005, já está com atraso de três anos e sobre faturamento de 1,5 bilhões de euros. O reator finlandês, bem como o EPR em construção em Flamanville, na França, apresentou falhas de projeto como uso de concreto e soldas de má qualidade, comprometendo a segurança da operação do reator.
..............O documento mostra ainda como a aposta francesa em priorizar energia nuclear é um obstáculo concreto para que o país possa cumprir suas próprias metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, conforme esclareceu em sua apresentação o professor Yves Marignac, especialista francês independente e principal autor do relatório da Global Chance. “energia nuclear não é solução para o aquecimento global. Chega a ser engraçado, esse é mais um argumento usado pela indústria. As emissões não diminuem com a construção de reatores nucleares”.
..............O Greenpeace apresentou também um cenário da indústria nuclear no Brasil: se a Areva se esforça para driblar seus fracassos pelo mundo, aqui é recebida de braços abertos pela Eletro-nuclear, que acena com a participação de 30% de capital francês no financiamento da terceira usina nuclear brasileira.
..............O documento traz dados sobre a construção das usinas Angra 1 e Angra 2, marcada por atrasos, orçamentos estourados e falta de transparência governamental, corroborando o desempenho do setor nuclear ao redor do mundo. Angra 2 entrou em operação apenas em 2000, mais de vinte anos após o início de sua construção, inúmeros atrasos de cronograma e falhas técnicas.
.............Outro ponto lembrado nas apresentações, tanto sobre o Brasil como a França, foi a ausência de solução para o lixo radioativo gerado ao longo de todo o ciclo de produção da energia nuclear.
 ..............“O que fazer com o lixo radioativo é a grande pergunta sem resposta em relação ‘a tecnologia nuclear’, disse Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. "No Brasil, essa discussão veio á tona durante o licenciamento ambiental de Angra 3, no qual a Eletro-nuclear foi incapaz de responder o que fará com os resíduos da usina nuclear. Mesmo assim, o Ibama concedeu licença de instalação para Angra 3”.
..............Em dezembro de 2008, os presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva firmaram acordo para o desenvolvimento de um submarino nuclear e construção de estaleiro e base no Rio de Janeiro.
..............“A opção nuclear não se sustenta do ponto de vista econômico, energético ou ambiental. A cooperação nuclear para fins militares com a França revela os verdadeiros objetivos do Programa nuclear brasileiro, que vão muito além da geração elétrica”, afirma Rebeca Lerer.
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3. A polêmica envolvendo o programa nuclear do Irã
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Informações da BBC – 09/11/2009
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...............O Irã tem desafiado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que ordena a suspensão do enriquecimento de urânio no país.
..............Apesar da resolução, no dia 8 de fevereiro de 2010, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que o país comunicou à ONU que ampliaria seu programa nuclear.
..............Um dia depois, o chefe do programa nuclear do país, Ali Akbar Salehi, afirmou que o Irã havia começado o processo de enriquecimento de urânio a 20% em Natanz, a principal usina de enriquecimento de urânio iraniana e nesta quinta-feira, Ahmadinejad disse que o país possui tecnologia para enriquecer urânio a até 80%, embora não escolherá não o fazer.
..............O nível é suficiente para o funcionamento do reator nuclear de Teerã, mas não para a produção de uma bomba nuclear, que requer enriquecimento a pelo menos 90%.
..............A decisão alarmou os países do Ocidente devido ao temor de que o regime iraniano esteja planejando construir armas nucleares.
..............O Irã, no entanto, continua insistindo que seu programa nuclear tem fins pacíficos e defende o direito, previsto no Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês), de enriquecer urânio para ser usado como combustível para a energia nuclear civil.
..............Autoridades iranianas e porta-vozes dos Estados Unidos e da União Européia não conseguiram chegar a um acordo sobre o programa de enriquecimento de urânio do Irã. Há receio de que o Irã esteja ao menos tentando adquirir experiência para que um dia tenha a opção para produzir uma bomba.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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..............Considera-se que a energia nuclear tem sim seus aspectos positivos, mas também inúmeros pontos negativos que necessariamente precisam ser estudados e melhorados.
..............É importante conhecermos tanto a parte técnica, quanto as disputas geopolíticas que giram em torno da energia nuclear, tentar compreender a magnitude científica e o grau de complexidade aplicado à estruturação de uma usina nuclear, e principalmente valorizar nisto, todo o conhecimento humano utilizado.
..............Conclui-se também que a questão energética nuclear é uma motriz geradora de conflitos e disputas, o que cria um mal-estar e uma preocupação em escala internacional, pois na maioria das vezes um incidente como o de Chernobyl em 1986, ou o recente vazamento no Japão, nos colocam em uma postura de reflexão e ao mesmo tempo de desespero sobre a segurança nuclear nos dias atuais.
..............Por outro lado não devemos ir ao extremo e propor a proibição da utilização da energia nuclear, a opção mais coerente seria o uso desta com responsabilidade, descartando a possibilidade de produção de armas nucleares pelos iranianos, por exemplo, seria o primeiro passo para a desmistificação deste preconceito de que todo o árabe é terrorista. Sabemos que é em certo ponto um pensamento utópico, mas exigiria uma mudança de consciência por parte de todos os cidadãos e de todas as lideranças políticas mundiais.
..............Pelo fato do setor energético ser de prima ordem para os Estados, deve-se pensar em mecanismos de distribuir este recurso e esta tecnologia de uma forma mais democrática, não deve existir um país que detenha toda a técnica nuclear e outro desprovido; justamente pela falta da democratização da energia nuclear, situações preocupantes como a do Irã começam a surgir no mundo contemporâneo.
............Para que haja a total otimização da utilização deste importante recurso é indispensável a convergência entre técnicos e políticos – ao contrário do que o presidente do Senado José Sarney declarou – estes são os responsáveis pela eficiência de um programa nuclear, o trabalho de um técnico depende do sucesso das negociações e decisões tomadas pelo político, e este por sua vez depende do êxito do trabalho técnico.
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FONTE: http://www.biodieselbr.com/energia/nuclear/energia-nuclear.htm

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