Toda sociedade, desde que seja mal organizada e baseada nas políticas capitalistas, gera diversas formas de desigualdades sociais, sobretudo educacionais como resultados de sua má administração.
A miséria social e todas as suas vertentes possíveis e imagináveis são reflexos do sistema capitalista, que por sua vez, é extremamente dependente da geração de conflitos e de contrastes sociais para sobreviver e manter sua hegemonia no ramo da politicagem.
Enfim está é a nossa realidade nua e crua. Então, seria esta uma realidade boa? Não sei. Seria ruim? Talvez. Justa!? Definitivamente, NÃO.
Para tanto, indago, o quê eu tenho a ver com tudo isso? A resposta é muito simples, TUDO.
Se por um momento estamos omissos em relação às injustiças sociais que vêm acontecendo em nosso país, como a má administração dos recursos públicos e a falta de ética no Senado, por exemplo, mesmo não participando diretamente dessas atitudes ilícitas, somos totalmente culpados, uma vez que o nosso dever também é fiscalizar o trabalho dos nossos representantes. Daí, eu indago: onde está o nosso poder de reivindicação? Onde está a nossa ética? E principalmente, qual é a nossa atitude, enquanto figura política, diante de tais atos injustos?
“A César o que é de César”, se o Estado se apropria da democracia e a manipula, bem como um instrumento de coerção à população e de alienação em massa, cabe a nós manifestarmos nossa insatisfação e exigirmos políticas verdadeiramente públicas, que nos garantam o básico e essencial para vivermos com dignidade em plena cidadania, ou seja, cedo ou tarde, a população irá se rebelar contra a estrutura mor, promotora da desigualdade e da opressão, pois até agora, desconhecemos meios de alienação tão potentes, capazes de adormecer por toda a eternidade o espírito de justiça da população e retardar a sede por liberdade do proletariado.
Na verdade, todos nós pagamos pela má administração dos recursos públicos por parte dos nossos representantes, que por sua vez, se aproveitando da ignorância da população deturpam a verdade, ao afirmarem que a distribuição de renda no Brasil faria com que todos fossem igualmente pobres, por exemplo, o que não seria mau, pois se todos fossemos igualmente pobres, estaríamos enquadrados num padrão estabelecido democraticamente. Mas raramente passa pela nossa cabeça o questionamento sobre quanto dinheiro existe no mundo e a sua respectiva concentração, pois bem, sabe-se que, hipoteticamente, se todo o dinheiro que existe fosse transformado em espécie, a América Latina inteira estaria coberta por cédulas e os africanos “nadariam” sobre dólares.
É inegável que a extrema pobreza do nosso país é causada pela má administração dos recursos públicos e que a sua perpetuação depende diretamente das políticas [anti]democráticas que beneficiam uns mais que os outros, relembrando que o capitalismo necessita de conflitos e antagonismos para se fortalecer.
Também seria impossível combater a desigualdade sem antes convencer a população da sua importância social, e acima de tudo do imensurável valor representado pelo conhecimento, pois é a partir dele que vamos desenvolver nosso senso crítico, vamos sair da nossa ilha de conformismo, enfim, vamos deixar de lado nossas vagas opiniões sobre a corrupção no governo e sobre as falhas das políticas públicas e passaremos a indagar sobre a essência da corrupção e qual é o conceito sobre as falhas das políticas públicas, por exemplo, desta forma levaremos em consideração a suma verdade, que se trata de um sentimento intemporal, universal e principalmente necessário.
Novamente os antagonismos capitalistas voltam a nos assombrar, mas desta vez eles dizem respeito à educação do nosso país ou pelo menos a falta dela, mas sabe-se que não se pode esperar igualdade em um país onde algumas crianças entram na escola aos quatro anos e outras aos sete. Não se pode esperar igualdade em um país onde a maioria dos jovens não têm acesso a universidade, e especialmente, não podemos esperar igualdade em um país que repudia, desrespeita e banaliza a política. Para tanto o acesso desigual a educação, é uma das causas da desigualdade social.
Enquanto não reconhecermos nossa própria ignorância e nossa omissão política, seremos incapazes de convergir ao nosso âmago interior e promover qualquer tipo de transformação social, porque, também não compreendemos a própria sociedade como um todo, pois a sociedade não está restrita somente às relações humanas, ela está, ao mesmo tempo, dentro de cada um de nós. Para ilustrar esta situação de reconhecimento da nossa própria ignorância, gostaria de utilizar duas famosas frases de Sócrates: “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”.
Em resumo a desigualdade social é causada por diversos fatores que estão emaranhados de tal forma que nos deixam intrigados, mas ao hesitarmos uma solução a esta problemática, o complexo sistema capitalista nos impõe outra ainda maior, um exemplo claro para esta situação está caracterizado pelos diversos impedimentos existentes contra a implantação dos transportes ferroviário e hidroviário no Brasil, sendo que interesses de pessoas influentes e companhias muito poderosas estarão em jogo.
Basta simplesmente uma reflexão para concluir que os berços desiguais são puramente o reflexo do modo em que a nossa sociedade se organiza, supervalorizando o indivíduo e deixando o coletivo sempre em último plano, até os povos “bárbaros” eram mais políticos, que nós, pois sabiam utilizar a democracia com muito mais coerência, sobretudo, tinham um senso de justiça e de coletividade, desconhecido pela sociedade atual.
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