segunda-feira, 16 de março de 2009

DESCOBERTA DE NOVAS JAZIDAS DE PETRÓLEO NA BACIA DE SANTOS X QUESTÕES AMBIENTAIS, POLÍTICAS E ECONÔMICAS

A busca incessante pelo petróleo, tal como vemos hoje, sem escrúpulos ou ética, pode causar impactos irreparáveis na natureza, desde a sua extração, transporte e refina.
Ao extrair o petróleo, tanto no âmbito terrestre ou submarino, deve ser feito um estudo muito detalhado da área onde estão localizadas as jazidas, para se ter a certeza de que o solo não será afetado, não haverão impactos nas características geológicas, eventuais sítios arqueológicos que poderão ser encontrados, problemas quanto aos lençóis freáticos ou demais constituições do solo, da crosta e/ou manto terrestre, caso o petróleo estiver em maiores profundidades. Como já sabemos as estruturas relacionadas a formação do revestimento terrestre e submarino levaram milhares de anos para serem constituídas e se sofrerem danificações podem levar mais milhares de anos para se regenerar ou até mesmo não se regenerarem. Ao explorar o petróleo no ecossistema aquático a preocupação quanto as questões ambientais devem ser redobradas, pois esse meio é muito mais complexo e os estudos existentes são limitados e incertos, além do investimento para a extração, que é muito maior, pois são requeridas tecnologias de ponta, com extrema precisão, já que existe uma “grande” preocupação com o meio-ambiente, bem como se trata de uma área de difícil acesso e na maioria das vezes o petróleo encontra-se em camadas muito profundas, abaixo do pré-sal. Também se deve levar em consideração um possível vazamento que pode contaminar o solo, causando danos irreversíveis no lençol freático, ou contaminação do oceano, morte de peixes, costas de corais e demais seres vivos do ecossistema aquático, causando um enorme desequilíbrio biológico das teias alimentares, que pode ser estendido até a realidade da sobrevivência do ser humano.
Quanto ao transporte do petróleo devem ser tomados, também, muitos cuidados, necessita-se de uso de sistemas e técnicas desenvolvidas exclusivamente para o transporte e contato com esse material, sem correr o risco de um vazamento, lembrando que na maioria das vezes esse processo não é respeitado, pois os equipamentos são relativamente caros, não há um incentivo do governo para que se formalize essa situação, nem quanto à exploração clandestina do petróleo.
Já na refina os cuidados devem ser os mesmos, os aparelhos e equipamentos usados precisam ser seguros e certificados. Ao término do processo de refina sobram resíduos do petróleo bruto, que nunca são depositados em locais adequados, também por falta de investimentos em infra-estrutura de um sistema de produção de petróleo nacional eficiente, o que impede o Brasil de se tornar uma potência mundial quanto recursos energéticos e combustíveis, condições naturais o nosso país tem de sobra, porém não existem leis que regulamentam toda essa conjuntura nem um expressivo apoio quanto as importantes gestões ambientais relacionadas.
Os resíduos finais do produto bruto são em sua quase totalidade descartados nos oceanos, geralmente ouvimos dizer que houve um grande vazamento num navio que transportava petróleo, isso não passa de uma grande mentira, pois seria pouco evidente que se permitisse que um navio repentinamente começasse a jorrar petróleo pelas escotilhas, isso é irrisório, na verdade há um vazamento, porém não se trata de petróleo propriamente, mas sim dos resíduos gerados pela refina do mesmo, que são golfados sem pudor nem consciência na natureza submarina e por que não na terrestre também?
Diante da situação anteriormente apresentada e devidamente explicitada, nos remetemos, novamente, a questão relacionada a uma legislação nacional das questões arroladas ao petróleo. Dessa vez não discutindo competências econômicas, mas sim ecológicas; essa legislação deveria agir com mais intensidade sobre essas “eventualidades” (vazamentos) e não fazer “vista grossa”; punindo com o rigor da leia os responsáveis pela “eventualidade”.

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br

Nenhum comentário: