José Bento Monteiro Lobato, além de exímio escritor, fora um importante militante do petróleo brasileiro, sendo homenageado por uma cidade no interior do estado da Bahia, que recebe seu nome, justamente por ser a localidade onde foi perfurado o primeiro poço no país, donde verteu o óleo.
O interesse de Lobato quanto ao petróleo surge durante sua estada nos EUA, onde passa a acompanhar todas as inovações tecnológicas relacionadas, para depois convencer o governo brasileiro a propiciar a criação de atividades semelhantes no Brasil.
Voltou para São Paulo em 1931 e passou a defender que o “tripé” para o progresso brasileiro seria o ferro, o petróleo e estradas para escoar os mesmos.
Após implantar a Companhia Petróleos do Brasil, Monteiro Lobato fundou várias empresas para fazer perfuração de petróleo, como a Companhia Petróleo Nacional, a Companhia Petrolífera Brasileira e a Companhia de Petróleo Cruzeiro do Sul, e a maior de todas, fundada em julho de 1938, a Companhia Matogrossense de Petróleo, que apesar de todos os reveses objetivava perfurar em Porto Esperança, no Mato Grosso, região com a mesma estrutura geológica da Bolívia, que estava produzindo óleo de qualidade.
Com isso Lobato prejudicou os interesses de gente muito importante na política brasileira, e de grandes empresas estrangeiras, tendo-os como adversários, passou a enfrentá-los publicamente através dos livros que escrevia.
Teimava em dizer que era preciso explorar o petróleo nacional para dar ao povo um padrão de vida à altura de suas necessidades. Tentou, sem êxito, organizar uma companhia petrolífera mediante subscrições populares.
Certo de que transformaria seu país em uma nação produtiva, eficiente e rica, Monteiro Lobato abandona temporariamente a literatura e a atividade de editor e livreiro, para vivenciar experiências no mundo da indústria e dos negócios, dedicando seu tempo integralmente à campanha do petróleo.
Numa jogada estratégica, em 1935, lança “A luta pelo petróleo”, que denuncia a ineficiência do Serviço Geológico, órgão oficial encarregado das pesquisas, a quem acusa de encampar internamente a política dos trustes internacionais para o Brasil: “não tirar petróleo e não deixar que ninguém o tire”.
Aceitou o convite para ingressar na Academia Paulista de Letras e, com isso, apresentou um dossiê de sua campanha em prol do petróleo, “O Escândalo do Petróleo e Ferro” (1936), no qual acusava o governo de “não perfurar e não deixar que se perfure” e denunciava aquilo que ele considerava como uma interferência de multinacionais: “polvos que tudo abraçavam”, no atraso do desenvolvimento do setor petrolífero brasileiro. Convencido de que os trustes tudo fariam para sabotar o petróleo do Brasil, na página de rosto do livro, Lobato conclama os militares a assumir sua parcela de responsabilidade na questão da soberania nacional: “Se não ter petróleo é inanir-se economicamente, militarmente é suicidar-se”. Esta obra teve suas edições esgotadas em menos de um mês, mas também, aturdido, o governo de Getúlio Vargas proibiu e mandou recolher todas as tiragens. Vale reforçar que Monteiro Lobato também escrevera livros infantis abordando assuntos relacionados ao petróleo, como: “O poço do Visconde”, visando condicionar as crianças a desenvolverem senso crítico e opinião sobre essa questão.
Em março de 1938, numa carta a Getulio, Lobato ressalta que as novas diretrizes do Departamento Nacional da Produção Mineral representam um golpe de morte para o petróleo no país e exorta: “Pelo amor de Deus, e do Brasil, não preste sua mão generosa a mais cruel e mesquinha obra de vingança pessoal, disfarçada em sublime nacionalismo”, uma severa crítica à política brasileira de minérios. O teor dessa mensagem foi tido como subversivo e desrespeitoso e isso fez com que Monteiro Lobato fosse detido pelo Estado Novo, e acusado de tentar desmoralizar o Conselho Nacional do Petróleo.
Em maio de 1940 escreve duas cartas, bastante parecidas, uma irreverente ao General Góes Monteiro, ministro da Guerra e outra mais acintosa, direcionada ao presidente Vargas. Nessas cartas denuncia o Conselho Nacional do Petróleo, o Departamento Nacional de Produção Mineral, as multinacionais, a ineficiência da pesquisa nacional, a destruição das companhias nacionais de exploração, a legislação restritiva e finalmente as tentativas evasivas do monopólio do setor pelo Estado. Lobato cita fatos que considera como restrições à exploração do petróleo no Brasil e à sua auto-suficiência como nação.
Morrera em 1948, após o fim da ditadura de Vargas. A respeito da sua prisão comentou: “Estou como queria, colhendo o que plantei. A causa do petróleo ganha muito mais com a minha detenção do que com o comodismo palrador aí do escritório”. De fato, a partir desta época ganhou corpo à campanha “O petróleo é nosso”, uma curiosa aliança entre militares nacionalistas, comunistas que se opunham às multinacionais e políticos conservadores.
O interesse de Lobato quanto ao petróleo surge durante sua estada nos EUA, onde passa a acompanhar todas as inovações tecnológicas relacionadas, para depois convencer o governo brasileiro a propiciar a criação de atividades semelhantes no Brasil.
Voltou para São Paulo em 1931 e passou a defender que o “tripé” para o progresso brasileiro seria o ferro, o petróleo e estradas para escoar os mesmos.
Após implantar a Companhia Petróleos do Brasil, Monteiro Lobato fundou várias empresas para fazer perfuração de petróleo, como a Companhia Petróleo Nacional, a Companhia Petrolífera Brasileira e a Companhia de Petróleo Cruzeiro do Sul, e a maior de todas, fundada em julho de 1938, a Companhia Matogrossense de Petróleo, que apesar de todos os reveses objetivava perfurar em Porto Esperança, no Mato Grosso, região com a mesma estrutura geológica da Bolívia, que estava produzindo óleo de qualidade.
Com isso Lobato prejudicou os interesses de gente muito importante na política brasileira, e de grandes empresas estrangeiras, tendo-os como adversários, passou a enfrentá-los publicamente através dos livros que escrevia.
Teimava em dizer que era preciso explorar o petróleo nacional para dar ao povo um padrão de vida à altura de suas necessidades. Tentou, sem êxito, organizar uma companhia petrolífera mediante subscrições populares.
Certo de que transformaria seu país em uma nação produtiva, eficiente e rica, Monteiro Lobato abandona temporariamente a literatura e a atividade de editor e livreiro, para vivenciar experiências no mundo da indústria e dos negócios, dedicando seu tempo integralmente à campanha do petróleo.
Numa jogada estratégica, em 1935, lança “A luta pelo petróleo”, que denuncia a ineficiência do Serviço Geológico, órgão oficial encarregado das pesquisas, a quem acusa de encampar internamente a política dos trustes internacionais para o Brasil: “não tirar petróleo e não deixar que ninguém o tire”.
Aceitou o convite para ingressar na Academia Paulista de Letras e, com isso, apresentou um dossiê de sua campanha em prol do petróleo, “O Escândalo do Petróleo e Ferro” (1936), no qual acusava o governo de “não perfurar e não deixar que se perfure” e denunciava aquilo que ele considerava como uma interferência de multinacionais: “polvos que tudo abraçavam”, no atraso do desenvolvimento do setor petrolífero brasileiro. Convencido de que os trustes tudo fariam para sabotar o petróleo do Brasil, na página de rosto do livro, Lobato conclama os militares a assumir sua parcela de responsabilidade na questão da soberania nacional: “Se não ter petróleo é inanir-se economicamente, militarmente é suicidar-se”. Esta obra teve suas edições esgotadas em menos de um mês, mas também, aturdido, o governo de Getúlio Vargas proibiu e mandou recolher todas as tiragens. Vale reforçar que Monteiro Lobato também escrevera livros infantis abordando assuntos relacionados ao petróleo, como: “O poço do Visconde”, visando condicionar as crianças a desenvolverem senso crítico e opinião sobre essa questão.
Em março de 1938, numa carta a Getulio, Lobato ressalta que as novas diretrizes do Departamento Nacional da Produção Mineral representam um golpe de morte para o petróleo no país e exorta: “Pelo amor de Deus, e do Brasil, não preste sua mão generosa a mais cruel e mesquinha obra de vingança pessoal, disfarçada em sublime nacionalismo”, uma severa crítica à política brasileira de minérios. O teor dessa mensagem foi tido como subversivo e desrespeitoso e isso fez com que Monteiro Lobato fosse detido pelo Estado Novo, e acusado de tentar desmoralizar o Conselho Nacional do Petróleo.
Em maio de 1940 escreve duas cartas, bastante parecidas, uma irreverente ao General Góes Monteiro, ministro da Guerra e outra mais acintosa, direcionada ao presidente Vargas. Nessas cartas denuncia o Conselho Nacional do Petróleo, o Departamento Nacional de Produção Mineral, as multinacionais, a ineficiência da pesquisa nacional, a destruição das companhias nacionais de exploração, a legislação restritiva e finalmente as tentativas evasivas do monopólio do setor pelo Estado. Lobato cita fatos que considera como restrições à exploração do petróleo no Brasil e à sua auto-suficiência como nação.
Morrera em 1948, após o fim da ditadura de Vargas. A respeito da sua prisão comentou: “Estou como queria, colhendo o que plantei. A causa do petróleo ganha muito mais com a minha detenção do que com o comodismo palrador aí do escritório”. De fato, a partir desta época ganhou corpo à campanha “O petróleo é nosso”, uma curiosa aliança entre militares nacionalistas, comunistas que se opunham às multinacionais e políticos conservadores.
Lobato compartilhava de uma visão muito comum entre uma parcela nacionalista dos intelectuais latino americanos da época, e que persiste até hoje, segundo esta visão, a legislação e o Conselho Nacional do Petróleo geravam embaraços às empresas nacionais apenas para favorecer interesses de multinacionais, que ganhavam com a dependência brasileira do óleo importado.
Da parte das multinacionais percebia-se simples desinteresse em investir em um setor que no Brasil estava em estágio embrionário e que exigia, de um lado, altos investimentos em pesquisa geológica, equipamentos e técnicos especializados, com um mercado consumidor incipiente. Porém Lobato de fato acertava quando acusava a legislação de minas e do petróleo de serem desestimulantes para investidores privados internacionais ou nacionais.
Como já havia acontecido com outros assuntos como a saúde pública, os desmatamentos ou a educação, a visão intempestiva e apaixonada de Lobato, se não lhe trouxe maiores riquezas, serviu para despertar a consciência dos brasileiros a respeito das riquezas naturais do seu próprio país.
PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário