domingo, 22 de março de 2009

PERSONAGENS DA PAZ - Rigoberta Manchú (1959-)

É uma indígena guatemalteca do grupo Quiché-Maia. Foi premiada com o Nobel da Paz em 1992, pela sua campanha pelos direitos humanos, especialmente a favor dos povos indígenas, sendo embaixadora da Boa-Vontade da UNESCO e vencedora do Prêmio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional em 1998.
·Biografia / Principais lutas: Rigoberta provém de uma humilde família de índios camponeses, cresceu trabalhando em lavouras de café, e altiplanos do norte onde sua família vivia. Ainda adolescente foi envolvida em atividades de reforma sociais promovidas pela igreja católica, e destacou-se no movimento feminista. Seu trabalho de reforma despertou a oposição dos poderosos, especialmente pelo fato da sua participação em organização de guerrilhas e sua família foi acusada de integrar atividades subversivas. Seu pai, Vicente Manchú, foi preso e torturado, depois de libertado, ajudou a fundar o Comitê da União de Camponês (CUC) em 1979, organização que Rigoberta também se filiou, assim como seu pai o irmão de Manchú foi preso, torturado e morto pelo exército. No ano seguinte, novamente, seu pai foi violentamente alvejado pelas forças de segurança enquanto estava na embaixada espanhola e morreu. Pouco depois sua mãe também morreu depois de ter sido presa, torturada e humilhada ao extremo. A jovem ativista, no entanto não desistiu da luta na CUC. Figurou como organizadora proeminente de uma greve e reivindicou melhores condições para os trabalhadores de fazendas na costa do Pacífico, e no dia 1 de maio de 1981, encabeçou grandes manifestações na capital de seu país. Filiou-se à radical Frente Popular 31º de janeiro, onde sua contribuição principal consistiu em educar a população indígena de camponeses a resistir a opressão militar. Perseguida, escondeu-se pela Guatemala, e conseguiu fugir para o México, feito que marcou o começo de uma nova fase na sua vida. Lá, tornou-se organizadora da resistência contra a opressão na Guatemala e a luta pelos direitos humanos dos índios camponeses. Foi uma das fundadoras da frente de oposição comum ao governo guatemalteco e a Representação Unida da Oposição Guatemalteca, a RUOG (1982). No ano seguinte, ela contou sua história de vida à escritora venezuelana Elisabeth Burgos Debray, cujo livro resultante: “Me llamo Rigoberta Manchú y así me nació la conciencia” (1982-83). Nesta obra de autobiografia, Rigoberta explica como iniciou a vida como trabalhadora numa plantação de café aos cinco anos de idade, em condições tão péssimas que foram a causa da morte de seus irmãos e amigos. Recebeu certa educação católica, o que a vincularia, mais tarde, a trabalhos junto à igreja, este livro tornou-se um documento humano que atraiu a atenção internacional.
Durante 1986, em pelo menos três ocasiões, voltou à Guatemala para lutar pela causa dos camponeses índios, mas ameaças de morte a forçaram a voltar ao exílio. Ao passar alguns anos, se tornou extensamente conhecida como defensora da propriedade indígena e da reconciliação étnico-cultural, não só na Guatemala, mas em outros países latinos, seu trabalho tem sido reconhecido e digno de vários prêmios internacionais.
Em 12 de fevereiro de 2007 anunciou que postularia o cargo de Presidente nas Eleições gerais deste ano. Tinha a esperança de ser a primeira mulher a ocupar o cargo máximo de seu país, mas obteve apenas 2,7% dos votos, conseqüentemente não foi eleita.
·Exemplo de vida: “Muitas leis latino-americanas foram feitas para ‘castigar’ os povos indígenas”. Rigoberta Manchú.

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br

Nenhum comentário: