Foi um grande líder religioso católico em Olinda e Recife, fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e atuou como um defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. De acordo com a sua ideologia a igreja devera ser simples voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
·Biografia / Principais lutas: Ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza em 1923, nesta instituição cursou e formou-se em filosofia e teologia. Foi ordenado padre no ano de 1931, em Fortaleza, aos 22 anos de idade. No mesmo ano, fundou a Legião Cearense do Trabalho e em 1933, a Sindicalização Operária Feminina Católica, que congregava lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas. Atuou na área da educação, participando de políticas governamentais do estado do Ceará na área da educação pública. Foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Ceará. Para aprofundar seus estudos nesta área, foi transferido em 1936, para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Neste período, integra-se à Ação Integralista Brasileira, que propunha o resgate dos valores de “Deus, Pátria e Família”, além de fundar a Comissão Católica Nacional de Imigração, para apoio à imigração de refugiados.
Em 1950, Dom Helder entrou em contato com o Monsenhor Giovanni Batista Montini, então subsecretário de Estado do Vaticano e futuro papa Paulo VI, conseguiu a aprovação para a criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Nessa instituição, exerceu a função de secretário geral até 1964.
Em 1956, fundou a Cruzada São Sebastião, com a finalidade de dar moradia decente aqueles que estão em condições de suma miséria. Desta primeira iniciativa, outros conjuntos habitacionais surgiram. Em 1959, fundou o Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve no atendimento aos miseráveis.
Diante da conturbada situação política nacional, e a divergência de posições com Cardeal Dom Jaime Câmara torna difícil sua permanência no Rio de Janeiro. No dia 12 de março de 1964, foi designado para ser arcebispo de Olinda e Recife, assim retorna a Pernambuco. De volta à sua terra, criou o movimento Encontro de Irmãos, Comissão de Justiça e Paz e fortaleceu as comunidades eclesiais de base, estabelecendo uma clara resistência ao regime militar. Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos humanos. Não hesitou em utilizar todos os meios de comunicação para denunciar a injustiça. Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos militares por sua atuação social e política, sendo acusado de comunismo. Foi chamado de “Arcebispo Vermelho”. Foi-lhe negado o acesso aos meios de comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibida, inclusive, qualquer referência a ele. Desconhecido da opinião pública nacional, fez freqüentes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente suas idéias e denúncias de violações de direitos humanos no Brasil. Foi adepto e promotor do movimento de não-violência ativa.
Nove anos depois de sua morte, em fevereiro de 2008 foi encaminhado à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de beatificação de Dom Helder Câmara, pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
·Exemplo de vida: “O amor é o perfume das almas”. Dom Helder Camara.
PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br
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