domingo, 20 de maio de 2012

RELACIONANDO PASSADO COM PRESENTE: FILOSOFIA ESTÉTICA

Os camponeses alimentavam-se de pão, cerveja e legumes. Às vezes, peixe e fruta podem entrar no cardápio. Com a alimentação simples como essa os camponeses e demais homens do povo mantém se muito magros. Aqueles que comem muito, que engordam, pertencem à classe dos ricos: nobres, sacerdotes, escribas, só esses têm uma barriga saliente. Ter esse tipo de barriga era considerado elegante. O camponês que observava passar um barrigudo invejava-o, pois ele certamente tem uma vida agradável e próspera.
(KOENING, Viviane. As Margens do Nilo, os egípcios.
São Paulo, August. 1990. P. 16-19)

A partir da leitura do texto, é inevitável não fazermos automaticamente uma relação com o presente. Atribuímos essa mudança radical nos padrões de beleza à globalização, que defende a teoria do belo estar diretamente ligado a magreza exacerbada. Esse aspecto está sendo muito bem trabalhado pelos meios de comunicação, que criaram um padrão de beleza usado por muitas grifes de estilistas famosos, que por sua vez, estão exercendo uma forte pressão alienadora na mente da maior parte dos jovens e adolescentes, que acabam desafiando suas características genéticas e naturais, se flagelando para conseguir se enquadrar literalmente num padrão de beleza e se transformar num produto a ser exposto numa vitrine cheia de glamour e holofotes, que têm um término pré-estabelecido, já que todo produto tem seu prazo de validade e é passível de deteriorações. Esta é a face mais perversa da globalização, que objetiva alienar a sociedade e moldar nossas mentes, e ainda não contente tenta a todo custo impor um padrão de cor de cabelo, tipo de roupa e outras exterioridades fúteis de puro adorno que tornam as pessoas próximas dos fluxos da aversão e da inveja.
Em resumo, pode-se dizer que hoje uma pessoa com barriga saliente, nada tem de formosura nem de beleza, atualmente como é facilmente constatado, o sinônimo de belo e perfeito é a emaciação a todo e qualquer custo, em razão disso, várias meninas pagam com a própria vida o preço a serem magérrimas.
Mas será que podemos definir claramente o que é a beleza? Ou será que esse é um conceito relativo, que depende necessáriamente da época, do país, do indivíduo, enfim? Segundo a filosofia, a beleza é um valor objetivo, que pertence a determinado objeto e pode ser medido; ou pode ser subjetivo e, portanto, poderá mudar de indivíduo para indivíduo, tornando-se um critério muito particular em relação do que se concebe ser belo. De acordo com Kant o conceito de belo baseia-se naquilo que “agrada universalmente”. Já Hegel introduz que a beleza é um conceito “históricamente construido”.
Quanto ao feio, o problema está contido nas colocações que são feitas sobre o belo, consequentemente o feio não pode ser objeto de representação artística, e caso seja representado, será entitulado tal como simplestemente “feio”, logo gera-se todo um estereótipo acerca dessa figura que não é necessáriamente bela, levando em conta que em nossa sociedade tem-se a beleza como uma obrigação.
Conclui-se então que, estamos perdendo as essências históricas da humanidade, e de acordo com Hegel, a nossa essência pessoal, e pior ainda estamos presos e condicionados a um sistema que compreende todos os setores dessa sociedade vendida que é incapaz de respeitar as individualidades e características próprias de cada um, passando por cima do respeito em nome de uma lei regida por clausulas escritas por um partido de alienadores que deram um Golpe de Estado e baixaram a ditadura da homogeneidade na sociedade mundial e o esteriótipo de beleza global: a beleza estadunidense..
PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA
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