domingo, 6 de dezembro de 2009

SEM-NÚMERO DE FILHOS DO BRASIL

A temática do filme “Lula, o Filho do Brasil” está voltada aos sofrimentos e provações, quais o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou durante sua infância no sertão pernambucano de Caetés, e especialmente durante sua trajetória como sindicalista e político depois de vir para São Paulo.

Criticamente falando; para passar sua mensagem, o filme de Lula lança mão de forte sentimentalismo e apelo popular, além de não retratar com fidelidade sua vida e carreira. O filme elimina todos os seus defeitos e erros, tornando o protagonista um ser praticamente perfeito. Por outro lado; no âmbito político, há especulações sobre os interesses eleitorais acerca do filme, sabendo que 2010 teremos eleições presidenciais, críticos suspeitam que o lançamento de “Lula, o Filho do Brasil” poderá render resultados favoráveis à “suposta” candidata a presidência da República pelo PT e atual ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Lula, o Filho do Brasil” é um filme carregado de aspectos culturais do nosso país, principalmente da região Nordeste, sendo que ao mesmo tempo, mostra as condições de periferização e marginalidade qual vive um sem-número de filhos do Brasil, assolados pela seca no sertão nordestino, com o mínimo de dignidade e desprovidos do básico e essencial para sua subsistência. Mas no final de todo este enredo, qual é a moral da história? O que este filme propõe para centenas de jovens que assim como Lula, têm a mesma ilusão, desejo, ou necessidade de deixarem sua terra, na esperança de tentar a sorte em São Paulo?

Neste sentido podemos afirmar que “Lula, o Filho do Brasil” não trabalhou a idéia da migração da melhor forma possível, podendo até ter cometido um equívoco, ou ter sido tendencioso, pois acompanhada da história de vida do presidente, vem uma ilusão, qual os jovens abraçam com toda expectativa, e acabam não percebendo que nem todos os nordestinos que chegam em São Paulo vêm a ser tornar políticos importantes, ou ocupar algum cargo de prestígio, muito pelo contrário, a grande maioria deles acaba sendo vítima de mais violência, continua sendo marginalizada, cruelmente massacrada pelo sistema, refém da árdua rotina urbana e de um círculo vicioso chamado capitalismo.

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br

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