sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA – HOMENAGEM A ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi dos Palmares.
  • Sua vida: Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas, sob seu comando o quilombo alcançou uma população de aproximadamente trinta mil pessoas. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, mas aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pois percebera as intenções tortuosas da Igreja Católica, sendo mais uma vítima do imperialismo católico. Portanto o dia 20 de novembro é, independentemente da nossa etnia, um dia de exaltar nossas origens, e exaltar, sobretudo, nossas lutas quase que diárias, pela liberdade de informação, religião e cultura.
  • As Conquistas Alcançadas pelos negros sob comando de Zumbi: Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do Quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Sob seu comando, a comunidade cresceu e se fortaleceu, obtendo várias vitórias. Não bastando, o líder Zumbi mostrou grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
  • O quê Zumbi representa para a história do Brasil: Zumbi dos Palmares é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo máximo da resistência e luta contra a escravidão, inclusive, protagonizou diversas lutas pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial.
  • A importância de se comemorar o Dia da Consciência Negra: Esta data é uma oportunidade para a sociedade refletir sobre a cultura afro-brasileira, a sua história, contribuições, as lutas de Zumbi dos Palmares e as discussões atuais sobre o preconceito, e principalmente sobre o respeito aos nossos semelhantes. Além disso, esta é uma data que serve como um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da identidade e da cultura nacional brasileira. Os africanos colaboraram muito, durante a história do nosso país, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos. Este é um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em diversos outros locais, dando o devido valor à cultura afro-brasileira. O Dia Nacional da Consciência Negra, foi estabelecido pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro porque foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

BIODIVERSIDADE AMEAÇADA - OS SINAIS DO DECLÍNIO

  • O mundo perdeu metade de suas áreas inundáveis – responsáveis pela boa qualidade da água e alta biodiversidade – no último século.
  • A extração de madeira e a conversão em áreas agrícolas já consumiu metade das florestas mundiais.
  • O desmatamento nos trópicos supera 130 mil Km2 anuais.
  • Cerca de 9% das espécies de árvore estão ameaçadas de extinção.
  • Aproximadamente 70% dos principais estoques pesqueiros marinhos são superexplorados ou estão no seu limite biológico.
  • O ritmo de crescimento da pesca está 40% acima do que os oceanos podem sustentar.
  • Praticamente todas as terras numa margem de 100 Km das zonas costeiras foram de alguma forma alteradas para uso agrícola ou urbano, produzindo impactos ambientais negativos.
  • A degradação dos solos já afetou dois terços das terras agricultáveis, nos últimos 50 anos.
  • Cerca de 30% das florestas originais do mundo foram transformadas em áreas agrícolas.
  • Barragens, canais e desvios fragmentam quase 60% dos maiores rios mundiais.
  • Cerca de 20% dos peixes de água doce estão extintos ou ameaçados.
  • Em torno de 500 milhões hectares de savanas, campos e florestas abertas da zona tropical e sub-tropical queimam todos os anos.
  • Desde 1980, a economia global já triplicou e a população cresceu 30%, alcançando a incrível marca de 6 bilhões de pessoas.
  • Mais de 2,3 bilhões de pessoas convivem com a escassez de água potável.

Os domínios morfoclimáticos (biomas) apresentam características próprias, variando em seus principais aspectos como: clima, solo, cobertura vegetal e fauna, sendo assim, concluímos a real importância dessa biodiversidade, especialmente no Brasil, para o equilíbrio da natureza.

A biodiversidade está cada vez mais ameaçada, refém do desmatamento, da poluição industrial, da escassez de água potável, do crescimento urbano desenfreado e do “aquecimento global”; contudo este é o valor que estamos pagando pelo “desenvolvimento”, aliás, é um valor muito alto não? Além do mais, que desenvolvimento é este que estamos buscando?

Atualmente da segunda maior floresta brasileira, ou seja, a Mata Atlântica, restam apenas cerca de 5 % (52.000 Km2) de sua extensão original (1,3 milhão de Km2).

Até quando esta afirmação fará parte da nossa realidade? Até o dia em que não haverá mais árvores para cortar? Ou até o dia em que nós passarmos a exercitar a consciência e perceber que o desmatamento de um ano não vai ser abonado em dois, três, ou dez anos? Perceber que a poluição de dez anos vai nos perseguir por mais de vinte, trinta, quiçá cinqüenta anos?

Este é o momento de entendermos que quando a biodiversidade é ameaçada, o planeta também é ameaçado, portanto a vida humana é ameaçada.

Vamos refletir também sobre as medidas de compensação ambiental, elas realmente funcionam? Ou apenas remediam um mal iminente, financiado por nós mesmos?

Esta é a hora de promover mudanças, informar-se sobre os problemas ambientais da atualidade, discutir seus aspectos políticos e compreender a dinâmica natural do nosso país e do nosso planeta, e com certeza, este é o primeiro e mais importante passo que podemos dar.

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TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

As obras transposição do Rio São Francisco são um tema polêmico que divide opiniões, mas a questão principal e que deve ser discutida com bastante clareza são as vantagens e as desvantagem para a população a partir da concretização desse projeto, sobretudo, devemos nos questionar: a quem interessa a transposição do rio, a quem o governo está realmente interessado a ajudar?

De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Sáber, as maiores vantagens estarão relacionadas com os latifundiários e propriedades agropastoris, enquanto que os maiores prejudicados, quando as águas chegarem nos rios até então secos, serão os pobres vazenteiros.

A transposição é bastante vantajosa para os latifundiários, pois a partir do momento que as águas começarem a ser transpostas para suas propriedades, eles não precisarão mais comprar água de caminhões-pipa e suas terras serão mais valorizadas.

Por outro lado, os vazenteiros são extremamente dependentes dos ciclos de cheias e estiagens dos afluentes do Rio São Francisco, sendo assim, eles entendem a importância da água e a usam com responsabilidade. Porém vamos enfocar mais uma vez a questão referente às vantagens e desvantagens para essa população, que na verdade não necessita deste investimento específico na transposição do São Francisco, uma vez que o ciclo de chuvas e estiagens é muito mais apropriado para a agricultura de subsistência desse povo.

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domingo, 15 de novembro de 2009

QUEM TEM RAZÃO?

Em nossa vida cotidiana, usamos a palavra razão em muitos sentidos e em muitos contextos:

  • Certeza: Quando dizemos “Eu tenho a razão”, conseqüentemente estamos afirmando certeza e coerência sobre algo qual falamos, fazemos, ou pensamos.
  • Lucidez: Quando falamos “Ela está lúcida, recuperou a razão” desta forma estamos afirmando que determinada pessoa passou a agir de forma racional, tal fato por sua vez está associado à lucidez.
  • Motivo e causa: Quando perguntamos: “Qual é a razão de estar fazendo isso?” empregamos a palavra razão na finalidade de descobrir os motivos ou causas que levaram determinada pessoa a praticar tal ato.

De acordo com a célebre frase de Pascal, filósofo francês do século XVII: “O coração tem razões que a razão desconhece”, há diferenças entre razões e razão, enquanto as razões tratam-se dos motivos do coração, ou seja, as emoções e paixões, a razão, propriamente dita, é o nome que damos à consciência intelectual, moral e ética.

A consciência é a razão. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo influenciado pelas “razões do coração”. Se alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual e a consciência moral e ética tornaram-se dominantes sobre as paixões. Em resumo, a razão, como consciência moral e ética, é a vontade racional livre, que não se deixa dominar pelos impulsos passionais, realizando ações corretas, ditadas pela inteligência e pelo intelecto.

Fonte: FILOSOFIA - CHAUI, Marilena.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PARALELO ENTRE MARX E FREUD

No século XIX, o otimismo filosófico levava a filosofia a afirmar que, enfim, os seres humanos haviam suplantado a superstição, as explicações mágicas e fantásticas da realidade e alcançado a maioridade racional. Acredita também que a razão se desenvolvia plenamente para que o conhecimento completo da realidade e das ações humanas fosse atingido.

No entanto, Marx (1818-1883) e Freud (1856-1939) puseram em questão esse otimismo racionalista. Marx e Freud, cada qual em seu campo de investigação e cada qual voltado para diferentes aspectos da ação humana – Marx, voltado para a economia e a política; Freud, voltado para as perturbações e os sofrimentos psíquicos –, fizeram descobertas que, até hoje, continuam impondo questões filosóficas. Que descobriram eles?

Marx descobriu que temos a ilusão de estar pensando com nossa própria cabeça e agindo por nossa própria vontade de maneira racional e livre, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos as condições econômicas e sociais nas quais a classe social que domina a sociedade exerce seu poder sobre as mentes de todos, fazendo com que suas idéias pareçam ser verdadeiras e universais, válidas para todas as classes sociais. Esse poder social invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos foi chamado por ele de ideologia.

Freud, por sua vez, mostrou que os seres humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam, tudo quanto dizem ou calam estaria sob o pleno controle de nossa consciência porque desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder – que é psíquico e social – que atua sobre nossa consciência sem que ela o saiba. A esse poder que domina e controla invisível e profundamente nossa vida consciente ele deu o nome de inconsciente.

Fonte: FILOSOFIA - CHAUI, Marilena.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TOME NOTA: SENSO DE JUSTIÇA

Imperador Justiniano I (483-565)

Mesmo seguindo boa parte das clausulas do antigo Código do Direito Romano, Justiniano conseguiu ampliar e revolucionar algumas idéias até então pouco incorporadas e discutidas, com o surgimento do chamado Código de Justiniano, originou-se uma base política mais sólida e clara, especialmente se tratando do senso de justiça, onde as diversas e possíveis personificações do poder eram dirigidas a fim de propiciar o bem-estar da população.

Numa atividade de reflexão, podemos identificar semelhanças e diferenças entre o Código de Justiniano e a nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Conseguimos ponderar que alguns conceitos de justiça são iguais nos dois códigos, outros foram aprimorados, e existem também aqueles que sofreram alterações com o propósito de abrir brechas para a impunidade, portanto não podem ser considerados totalmente justos e coesos.

Algumas Normas:

  • Código de Justiniano: Ninguém é forçado a defender uma causa contrária a sua vontade.
  • Constituição Brasileira de 1988: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.

Neste paralelo, podemos analisar que Justiniano preservava a vontade individual dos cidadãos e a mesma está acima dos fluxos estabelecidos pelo Estado. Já em nossa atual conjuntura acontece o contrário, pois o Estado se coloca como a instância mais elevada do país.

  • Código de Justiniano: O encargo da prova fica com aquele que afirma e não com o que nega.
  • Constituição Brasileira de 1988: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Segundo a nossa Constituição, ao acusado e ao acusador são asseguradas as mesmas condições diante do júri, mas esta medida pode abrir brechas para que o verdadeiro culpado não seja punido, isso implica que causas fúteis, que podem ser resolvidas racionalmente cheguem ao litígio. Já o Código de Justiniano, neste sentido, pode parecer mais injusto para com o acusador, mas com suas medidas mais criteriosas inibe que cheguem ao júri processos escusos, que levariam a defasagem da justiça, sendo assim, casos realmente importantes e de grande relevância para toada a população nem chegariam a ser analisados e muitos aprovado aprovados.

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O COMUNISMO PARA KARL MARX

  • Proletários e Comunistas

Qual a relação dos comunistas com os proletários em geral? Eles não formam um partido à parte diante dos outros partidos operários. Não têm interesses distintos do conjunto do proletariado, nem princípios especiais para modelar o movimento proletário.

Na prática, os comunistas são o setor mais resoluto dos partidos operários de todos os países, que impulsiona sempre mais para frente.

O objetivo dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição do proletariado em classe, derrubada da dominação da burguesia, conquista do poder político pelo proletariado.

As proposições teóricas dos comunistas são a expressão geral das condições efetivas de uma luta de classes já existente, de um movimento histórico que se desenrola sob nossos olhos.

A característica do comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas apenas da propriedade burguesa. Por isso, os comunistas têm sido acusados de querer abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio trabalho e mérito pessoal.

A moderna propriedade privada burguesa é a última e mais perfeita expressão da fabricação e apropriação dos produtos, que se baseia em antagonismos de classe, na exploração de uns por outros.

Trata-se por acaso da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, essa forma de propriedade que antecedeu a propriedade burguesa? Não temos necessidade de aboli-la, pelo simples fato de que o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.

Ou se trata da moderna propriedade privada burguesa? Mas por acaso o trabalho assalariado, o trabalho do proletário cria propriedade para o próprio proletário? Não. De maneira alguma, o que esse trabalho cria é capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar com a condição de produzir novo trabalho assalariado, para voltar a explorá-lo. A propriedade em sua forma atual se funda no antagonismo entre capital e trabalho assalariado. O capital é um produto coletivo e só pode ser colocado em movimento pela atividade comum de todos os membros da sociedade. O capital, portanto não é uma potência pessoal; é uma potência social.

Na sociedade burguesa, portanto, o trabalho vivo é apenas um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é apenas um meio para tornar mais amplo, mais rico e mais fácil o ritmo de vida dos operários. Na sociedade burguesa, portanto, o passado domina o presente, o comunismo, porém acaba com as verdades eternas, acaba com a religião e a moral, ao invés de lhes dar uma nova forma, e por isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior. Na sociedade comunista, o presente domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e tem personalidade, enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade.

Vocês nos censuram, por querermos abolir uma propriedade cuja condição é a ausência de qualquer propriedade para a imensa maioria dos homens. Vocês nos censuram, na verdade, por isso queremos abolir suas propriedades, de fato é exatamente isto que queremos.

O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar dos produtos sociais, o que quer é apenas eliminar o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação.

Objeta-se ainda que, com a abolição da propriedade privada, toda a atividade cessaria e um estado de preguiça geral se difundiria. Se assim fosse, a sociedade burguesa teria há muito tempo perecido de indolência, pois nela, os que trabalham não ganham e os que ganham não trabalham.

Todas as objeções feitas ao modo comunista de produção e de apropriação dos produtos materiais têm sido feitas igualmente à produção intelectual.

Os comunistas também são acusados de quererem suprimir a pátria, a nacionalidade, Os operários não têm pátria. Não lhes pode tomar aquilo que não têm. Como, no entanto, o proletariado deve, em primeiro lugar, conquistar o poder político, elevar-se à condição de classe nacional, constituir-se ele mesmo em nação, ele é ainda nacional, embora de forma alguma no sentido burguês.

A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais, certas reformas de consciência poderão dissolver completamente com o desaparecimento dos antagonismos de classes.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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A LUTA DE CLASSES PARA KARL MARX

A história de todas as sociedades que existiram até os nossos dias é sempre a história das diversas lutas entre as classes, ou seja, os opressores e os oprimidos sempre estiveram em oposição mútua, mantendo uma luta constante, às vezes disfarçada.

Uma luta que chegou sempre com a transformação revolucionária, ou com o declínio comum das classes.

Em todas as épocas, encontramos quase por toda parte uma completa estruturação da sociedade em uma múltipla gradação das posições sociais.

A moderna sociedade burguesa, não eliminou os antagonismos entre as classes sociais. Apenas estabeleceu novas classes e novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das antigas.

A época em que vivemos somente simplificou tais antagonismos de classe, segregando a sociedade em dois campos inimigos que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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OS MODOS DE PRODUÇÃO E A EXPLORAÇÃO DO PROLETARIADO PARA KARL MARX

Com a simplificação dos antagonismos entre as classes sociais, o modo de produção industrial que era próprio do feudo ou da corporação, já não era suficiente às necessidades cada vez maiores dos novos mercados: a manufatura tomou seu lugar, os mestres-artesãos das corporações foram suplantados pelo estamento médio industrial e a divisão do trabalho entre as diversas corporações cedeu lugar à divisão do trabalho dentro de cada oficina.

Mas os mercados continuavam a crescer e aumentar suas necessidades. E eis que o vapor e a maquinaria revolucionam a produção industrial. O lugar da manufatura foi ocupado pela grande indústria moderna, o estamento médio industrial cedeu lugar aos industriais milionários.

O mercado mundial, cujo terreno já havia sido preparado pela descoberta da América, trouxe imenso desenvolvimento ao comércio, à navegação, às comunicações, às ferrovias e à própria burguesia que também aumentava seu capital.

O estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial conquistou finalmente o domínio político exclusivo no Estado representativo moderno. Assim, o poder político do Estado moderno, nada mais é do que administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa.

A burguesia desempenhou na história um papel extremamente revolucionário. Em todos os lugares em que consegui chegar ao poder, a burguesia aboliu todas as relações sociais, não deixou estabelecer entre os homens nenhum outro vínculo se não o mero interesse nu e cru, o insensível “pagamento em dinheiro”, colocou unicamente a liberdade de comércio sem escrúpulos e não a liberdade pessoal de cada um. Em poucas palavras, no lugar da exploração que era mascarada por ilusões políticas e religiosas, colocou a exploração aberta, despudorada, direta e brutal “Já que você não reage... Eu te exploro!”.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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A INTERNACIONALIZAÇÃO DA BURGUESIA PARA KARL MARX

A burguesia não pode deixar de existir sem deixar de revolucionar continuamente os instrumentos de produção e, por conseguinte, as relações de produção, e assim todo o conjunto das relações sociais.

A necessidade de mercado cada vez mais intenso para seus produtos impele a burguesia para todos os do globo. Ela tem necessidade de estabelecer-se em toda parte, criar vínculos em toda parte.

Através da exploração do mercado mundial, a burguesia tornou cosmopolita a produção e o consumo de todos os países. Assim sendo as antigas indústrias nacionais são suplantadas por novas, hoje conhecidas como multinacionais, ou transnacionais.

Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pela produção nacional, surgem necessidades novas, para serem satisfeitas com produtos de países mais distantes.

No lugar do antigo isolamento local e nacional desenvolve-se em todas direções um novo intercâmbio universal, uma independência universal das nações.

E isso refere-se tanto à produção material, quanto intelectual, o exclusivismo nacional tende a desaparecer, bom como as literaturas nacionais que formam-se uma literatura mundial.

Obriga todas as nações, sob pena de extinção a adotarem o modo de produção da burguesia, obriga-as a ingressar no que ela chama de civilização, isto é a se tornarem burgueses, em poucas palavras, cria um mundo sua imagem e semelhança.

A burguesia submeteu o campo ao domínio da cidade. Criou cidades imensas, aumentou imensamente a população urbana em relação a rural. Da mesma forma que subordinou o campo a cidade, subordinou os países bárbaros e semibárbaros aos países civilizados, os povos camponeses aos povos burgueses, o oriente ao ocidente.

A burguesia suprime cada vez mais a dispersão dos meios de produção e da propriedade. Aglomerou a produção, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos. A conseqüência necessária disso foi a centralização política.

Em suma, a moderna sociedade burguesa, que fez surgir como que por encanto possantes meios de produção e de troca, assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar as potências infernais por ele desencadeadas.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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AS CRISES BURGUESAS PARA KARL MARX

Desde há algumas décadas a história da indústria e do comércio não é mais que a história das forças produtivas contra as relações de produção e de propriedade de que conduzem a burguesia ao domínio.

Basta mencionar as periódicas crises comerciais que questionam de forma cada vez mais ameaçadora a existência de toda a sociedade burguesa.

Durante a crise é destruída sistematicamente uma grande parte não só dos produtos fabricados, como também muitas das forças produtivas já criadas. Nessas crises irrompe uma epidemia social de superprodução e a sociedade vê-se subitamente conduzida a um estado de barbárie momentânea, é como se uma situação de miséria ou uma guerra mundial tivesse suprimido os meios de subsistência, porque a sociedade possui demasiada civilização, demasiados meios de subsistência, demasiada indústria, demasiado comércio.

As forças produtivas disponíveis já não mais favorecem o desenvolvimento da civilização burguesa e das relações de propriedade, ameaçadas pelo movimento proletário. As relações burguesas tornam-se estreitas demais para conter suas riquezas e vencer tais crises. Para tanto recorre-se a destruição forçada de uma massa de forças produtivas, ou a conquista de novos mercados, juntamente com a exploração ainda mais intensa dos antigos.

As armas de que se serviu a burguesia para derrotar o feudalismo voltam-se agora contra ela própria. Mas a burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a morte; produziu também os homens que empunharão essas armas: os proletários.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A EXPLORAÇÃO DO PROLETARIADO PARA KARL MARX

Conforme se desenvolveu a burguesia, isto é o capital, desenvolveu-se também o proletariado, que vive apenas na medida em que encontra trabalho. Esses operários estão expostos a todas flutuações do mercado.

Já o desenvolvimento da maquinaria e a divisão do trabalho tiram o emprego do proletário. O operário torna-se um simples acessório da máquina. Logo quanto mais tedioso for o trabalho, mais baixo será o salário. Mas isto não é tudo: à medida que crescem a maquinaria e a divisão do trabalho, cresce também a massa de trabalho.

Lembrando que, quanto menores são a habilidade e a força exigidas pelo trabalho manual, mais o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres, crianças e velhos, pois o custo varia quanto à idade e sexo.

Uma vez determinada a exploração do operário pelo fabricante, logo que ele recebe seu salário, caem sobre ele as outras partes da burguesia: o proprietário da casa, o merceeiro, o credor agiota...

As pequenas camadas de industriais, artesãos, camponeses e comerciantes que vivem de pequenas rendas, também caem no proletariado, pois suas atividades são suplantadas pelos novos métodos de produção.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A LUTA DO PROLETARIADO PARA KARL MARX

Manifestantes do MST.

Em resposta à intensificação da rotina de exploração, o proletariado destrói as mercadorias estrangeiras que lhes trazem concorrência, quebram as máquinas, incendeiam as fábricas, procuram reconquistar a posição do trabalhador na idade média. Nessa fase, os operários constituem uma massa disseminada por todo pai. Mas isso não significa a união do proletariado, mas sim a união em prol dos objetivos da burguesia. Os operários não combatem seus próprios inimigos, mas os inimigos de seus inimigos, isto é, os restos da monarquia absolutista, casa vitória obtida nessas condições é uma vitória burguesa.

Os operários começam a formar coalizões contra os burgueses e se reúnem para defender seus salários fundam associações. Aqui e ali, a luta explode em revoltas. Às vezes, os operários triunfam, mas é um triunfo efêmero, mas a sua união é cada vez mais ampla. Essa união é facilitada pelo crescimento dos meios de comunicação (internacionalismo proletário).

De todas as classes que até hoje se opõem à burguesia, apenas o proletário é uma classe verdadeiramente revolucionária. As camadas médias combatem a burguesia para salvar da ruína sua existência. Não são, portanto revolucionários, mas conservadores, tornam-se revolucionários apenas diante a perspectiva de sua iminente passagem para o proletariado, defendendo assim seus interesses futuros, não seus interesses presentes, quando abandonam seu próprio ponto de vista para adotar o ponto de vista do proletariado.

O proletariado não tem propriedade é subjugado e despojado de todo caráter nacional. Isso explica suas relações com a mulher e os filhos, que nada tem de comum com as relações familiares burguesas. As leis, a moral, a religião, são para ele meros preconceitos burgueses.

Os proletários não podem conquistar as forças produtivas sem suprimir o modo de apropriação em vigor: bolsa, monopólio, banco, publicidade, comércio, igreja, indústria e etc.

A verdadeira luta do proletário se desenvolve segundo a vontade de abolir definitivamente a injustiça social burguesa.

Fica assim evidente que a burguesia é incapaz de continuar por muito mais tempo como a classe dominante, porque é incapaz de assegurar a existência de seu escravo, caindo numa situação em que deve alimentá-lo em vez de ser por ele alimentada, portanto a existência da burguesia é incompatível com a da sociedade.

Os isolamentos nacionais e os antagonismos entre os povos desaparecem progressivamente com o desenvolvimento da burguesia, com a liberdade de comércio, com o mercado mundial e com o nivelamento da produção industrial. A dominação do proletariado fará com que desapareçam ainda mais depressa.

Na mesma medida em que for abolida a exploração de um indivíduo por outro, será abolida também a exploração de uma nação por outra. Simultaneamente à desaparição do antagonismo entre as classes.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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