- Proletários e Comunistas
Qual a relação dos comunistas com os proletários em geral? Eles não formam um partido à parte diante dos outros partidos operários. Não têm interesses distintos do conjunto do proletariado, nem princípios especiais para modelar o movimento proletário.
Na prática, os comunistas são o setor mais resoluto dos partidos operários de todos os países, que impulsiona sempre mais para frente.
O objetivo dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição do proletariado em classe, derrubada da dominação da burguesia, conquista do poder político pelo proletariado.
As proposições teóricas dos comunistas são a expressão geral das condições efetivas de uma luta de classes já existente, de um movimento histórico que se desenrola sob nossos olhos.
A característica do comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas apenas da propriedade burguesa. Por isso, os comunistas têm sido acusados de querer abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio trabalho e mérito pessoal.
A moderna propriedade privada burguesa é a última e mais perfeita expressão da fabricação e apropriação dos produtos, que se baseia em antagonismos de classe, na exploração de uns por outros.
Trata-se por acaso da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, essa forma de propriedade que antecedeu a propriedade burguesa? Não temos necessidade de aboli-la, pelo simples fato de que o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.
Ou se trata da moderna propriedade privada burguesa? Mas por acaso o trabalho assalariado, o trabalho do proletário cria propriedade para o próprio proletário? Não. De maneira alguma, o que esse trabalho cria é capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar com a condição de produzir novo trabalho assalariado, para voltar a explorá-lo. A propriedade em sua forma atual se funda no antagonismo entre capital e trabalho assalariado. O capital é um produto coletivo e só pode ser colocado em movimento pela atividade comum de todos os membros da sociedade. O capital, portanto não é uma potência pessoal; é uma potência social.
Na sociedade burguesa, portanto, o trabalho vivo é apenas um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é apenas um meio para tornar mais amplo, mais rico e mais fácil o ritmo de vida dos operários. Na sociedade burguesa, portanto, o passado domina o presente, o comunismo, porém acaba com as verdades eternas, acaba com a religião e a moral, ao invés de lhes dar uma nova forma, e por isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior. Na sociedade comunista, o presente domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e tem personalidade, enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade.
Vocês nos censuram, por querermos abolir uma propriedade cuja condição é a ausência de qualquer propriedade para a imensa maioria dos homens. Vocês nos censuram, na verdade, por isso queremos abolir suas propriedades, de fato é exatamente isto que queremos.
O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar dos produtos sociais, o que quer é apenas eliminar o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação.
Objeta-se ainda que, com a abolição da propriedade privada, toda a atividade cessaria e um estado de preguiça geral se difundiria. Se assim fosse, a sociedade burguesa teria há muito tempo perecido de indolência, pois nela, os que trabalham não ganham e os que ganham não trabalham.
Todas as objeções feitas ao modo comunista de produção e de apropriação dos produtos materiais têm sido feitas igualmente à produção intelectual.
Os comunistas também são acusados de quererem suprimir a pátria, a nacionalidade, Os operários não têm pátria. Não lhes pode tomar aquilo que não têm. Como, no entanto, o proletariado deve, em primeiro lugar, conquistar o poder político, elevar-se à condição de classe nacional, constituir-se ele mesmo em nação, ele é ainda nacional, embora de forma alguma no sentido burguês.
Um comentário:
Na sociedade burguesa, portanto, o trabalho vivo é apenas um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é apenas um meio para tornar mais amplo, mais rico e mais fácil o ritmo de vida dos operários. Na sociedade burguesa, portanto, o passado domina o presente, o comunismo, porém acaba com as verdades eternas, acaba com a religião e a moral, ao invés de lhes dar uma nova forma, e por isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior. Na sociedade comunista, o presente domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e tem personalidade, enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade.
Tem certeza disso?
Postar um comentário