sábado, 25 de abril de 2009

LIBERDADE ESPARTANA

Consideramos que a liberdade, á grosso modo, consiste em fazer o que se bem entende, porém, fazer tudo o que quer pode não ser a melhor opção, pois nos tornaremos escravos de nós mesmos, acreditando que a verdade está ao nosso lado, assim, nos tornamos incapazes de fazer uma síntese com os pensamentos divergentes aos nossos, vivendo num equívoco eterno e em privação do pensamento crítico, essa é a conseqüência que recai sobre nossas cabeças ao escolhermos a liberdade plena e desordenada. Vivenciar o livre-arbítrio unicamente é um conceito muito vago, adjunta a liberdade deve estar a igualdade e a fraternidade, para que dessa forma, haja coerência na vida em alvedrio que deve ser insofismavelmente pautada na ética e na moral, para que ninguém ultrapasse os limites do bom senso e do respeito.
O conceito de liberdade trata-se de uma exterioridade, para compreende-la podemos fazer um paralelo entre a nossa atual organização social e a antiga sociedade espartana. Sabemos que o povo espartano é caracterizado pela sua rigidez, violência e principalmente pela doutrina extremamente militarista; aos sete anos os meninos já recebiam treinamento militar e viviam confinados num quartel até os trinta anos, quando lhes era concedida a cidadania; os recém-nascidos, por sua vez eram examinados a fim de constatar alguma doença, deficiência física ou mental, caso fosse constatada, a criança seria morta, além disso ao nascer eram mergulhadas em um barril cheio de vinho, as que sobrevivessem eram fortes e saudáveis; quanto a política, era exercida por um conjunto de anciões, segundo os espartanos os idosos deveriam ser os legisladores, pois eram sábios e experientes. Contudo, em Esparta via-se com bons olhos todos esses costumes implícitos em sua cultura, dessa forma se consideravam cidadãos plenos e honrados. Já na atualidade desfrutamos de maior liberdade, levando em conta um ponto de vista não muito abrangente, tanta é a liberdade que a confundimos com libertinagem, extirpou-se a ética e a moral, os valores foram erradicados, e a cultura dos antivalores está em plena ascensão, o Estado se consolida como o inimigo número 1 do povo, assegurando com fervor o direito da população permanecer calada e aplaudir a corrupção. Diante dessa República vendida, o cidadão está totalmente entregue à marginalização, pois também fora vendido e corrompido pela omissão.
Ao tratarmos da corrupção e de atos apolíticos, na sociedade atual, nos deparamos com direitos extirpados e princípios negligenciados, mesmo omissa e compassiva a população está ferida e revoltada com o sistema, porém sofre pelo comodismo de não lutar em nome de seus direitos, negando sua própria condição humana de indignação e promoção da transformação. Já na sociedade espartana, as pessoas usufruíram da plena liberdade, pautada pela ética e pela política, embora tivessem uma vida regrada, os direitos do cidadão eram respeitados, por isso podemos dizer que eles viviam em liberdade.

PORTAL COMUNISTA - publicação de WILLIAN DE SOUZA famousstudio_willian@yahoo.com.br

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